Numa publicação na rede social Facebook, Moreira da Silva esclarece que aguardou pela definição do atual presidente do PSD, Rui Rio, que hoje anunciou que será recandidato ao cargo.
“Confirmada que está tal recandidatura, entendo não dever eu próprio protagonizar uma candidatura própria, pois o superior interesse do país e do PSD aponta para que os militantes possam fazer a sua opção livre entre as duas vias distintas que são apresentadas e que se encontravam em preparação no terreno há longos meses”, justificou.
O antigo ministro desejou a Rui Rio e a Paulo Rangel, os dois candidatos anunciados até agora, “as maiores felicidades no confronto elevado de ideias e projetos que vão assumir”, sublinhando que o PSD “precisa de ser capaz de, urgentemente, se constituir como alternativa séria de Governo para Portugal”.
“Acompanharei atentamente a campanha interna que vai agora iniciar-se e não deixarei, em devido tempo, de emitir a minha opinião sobre aquele que considero o melhor projeto”, assegurou.
O diretor para a Cooperação e Desenvolvimento na OCDE em Paris, onde lidera o secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento, agradeceu ainda aos que nas últimas semanas o incentivaram e apoiaram.
“Continuarei empenhado na defesa do interesse público a nível internacional, enquanto Diretor-Geral da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE, em Paris, assim como, no plano cívico, em Portugal, enquanto presidente do ‘think-tank’ Plataforma para o Crescimento Sustentável que fundei há 10 anos e que reúne cerca de 500 pessoas de diversos quadrantes”, salienta.
Moreira da Silva assegura que continuará empenhado em torno do debate sobre as políticas e reformas que apresentou em setembro no seu livro “Direito ao Futuro” e no qual defendeu que se deve discutir “menos partidarite e mais políticas públicas”, e quais as características necessárias a uma liderança em vez dos nomes dos líderes.
Nessa ocasião, e perante uma plateia de notáveis do centro-direita como o anterior Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, o antigo dirigente do PSD defendeu que “um líder tem de ser um líder servidor”.
“Um líder servidor mede o seu êxito pelo impacto que as suas medidas e decisões têm na vida dos outros”, defendeu, considerando que tem de conciliar a capacidade de comunicação, de envolvimento com as pessoas”, com "a densidade, o conhecimento, a capacidade de reformar”.
Moreira da Silva foi líder da Juventude Social-Democrata, deputado, eurodeputado, e primeiro vice-presidente do PSD, durante a liderança de Pedro Passos Coelho, tendo sido no seu Governo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.
Em novembro do ano passado, defendeu a realização de um congresso extraordinário do PSD para clarificar a estratégia de “coligações e entendimentos” da direção de Rui Rio e atacou a “traição” aos valores do partido pela solução governativa nos Açores, com o Chega.
As eleições diretas para a liderança do PSD estão marcadas para 04 de dezembro e, até agora, anunciaram a candidatura o atual presidente do partido, Rui Rio, e o eurodeputado Paulo Rangel.
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