Nascida em 12 de abril de 1939, Graça Lobo destacou-se como atriz e encenadora. Ao longo de uma carreira de quase 50 anos, representou sobretudo textos que definiram o teatro contemporâneo, de dramaturgos como Luigi Pirandello, Samuel Beckett, Jean Genet ou Harold Pinter.
O seu desempenho de “Hedda Gabler”, de Henrik Ibsen, foi um dos seus maiores sucessos.
Estreou-se na Casa da Comédia, em fevereiro de 1967, nas “Noites Brancas”, de Dostoievsky, com encenação de Norberto Barroca, quando ainda era aluna do Conservatório Nacional.
Fez parte do Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, e do Teatro Experimental de Cascais, de Carlos Avilez, outras companhias pioneiras do teatro independente, desafiando os anos da ditadura.
Em 1979, fundou a Companhia de Teatro de Lisboa, pondo em cena James Joyce, Harold Pinter, Noel Coward, Alan Ayckbourn, Miguel Esteves Cardoso, entre outros autores.
Foi “Molly Bloom”, a partir de “Ulisses”, de James Joyce, e pôs em cena as “Cartas Portuguesas Atríbuídas a Mariana Alcoforado”. Este espetáculo, que dominou a temporada de 1979-1980 do Teatro Nacional D. Maria II, abriu-lhe as portas de palcos internacionais, de Liubliana, Tóquio e São Paulo, a São Francisco e Nova Iorque, onde esteve no histórico La Mamma Experimental Theatre.
Entre os seus espetáculos mais recentes contam-se “Aqui Estou Eu Vírgula Graça Lobo”, que estreou em 2003 no Teatro São Luiz, e “As Três (Velhas) Irmãs”, a partir do clássico de Anton Tchékhov, com Mariema e Paula Só, peça encenada por Martim Pedroso, no Teatro D. Maria, em 2015.
Em 2001, editou “Sinceramente”, sequência de breves histórias.
Graça Lobo gostava de afirmar as suas contradições e irreverência, que assumia como um traço de caráter, como confessou em diversas entrevistas ao longo da carreira. “Tenho a mania da liberdade”, dizia.
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