"O seu estado, ainda crítico nos últimos dias, piorou nas últimas horas, comprometendo as suas funções vitais", anunciou o hospital de Roma num comunicado, acrescentando que o funeral será realizado de forma privada.

Itália, porém, espera poder prestar uma última homenagem a esse grande nome do romance policial.

Foi sob a sua caneta que nasceu, em 1994, o famoso comissário Montalbano, amador de boa comida e uma das principais figuras do romance policial europeu.

Realizador de televisão e de teatro e argumentista, Andrea Camilleri, tornou-se conhecido como romancista tardiamente, mas acabou por ter muito sucesso.

O anúncio da morte deste ex-militante comunista provocou uma chuva de homenagens em Itália e nas redes sociais, com a mensagem "Ciao, Maestro" ("Adeus, Mestre").

"Esta é uma triste notícia para a Sicília, que perde o seu filho, e para a Itália, que vê partir um magnífico mestre da vida. Adeus, Andrea Camilleri, vamos sentir a sua falta", declarou o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio.

O outro vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, elogiou "o incansável narrador da sua Sicília".

"Uma voz única e maravilhosa desaparece", escreveu Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrata e irmão de Luca Zingaretti, o ator que interpreta o comissário Montalbano na televisão. "Perdemos muito mais do que um grande escritor. Ficará para nós a beleza de suas histórias".

Andrea Camilleri "ofereceu a Sicília ao mundo", disse o ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, ele próprio um siciliano.