Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República, lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa “enviou uma mensagem de sentidas condolências ao Presidente da República da Namíbia, Nangolo Mbumba, pelo falecimento do antigo Presidente Sam Nujoma”.

“Sam Nujoma será para sempre recordado como o grande arquiteto da independência da Namíbia”, enaltece o Presidente português, que refere que após 1990, o primeiro chefe de Estado depois da independência da Namíbia “deu um contributo fundamental para a construção de um regime democrático e multipartidário, ancorado na reconciliação e no desenvolvimento do povo namibiano”.

Marcelo Rebelo de Sousa refere ainda que Sam Nujoma “foi também um firme impulsionador da cooperação e unidade entre os países africanos”.

“Os portugueses recordarão as visitas que Sam Nujoma efetuou ao nosso país, a primeira das quais ainda antes da independência da Namíbia, um ideal ao qual o «Pai da Nação» dedicou toda a sua vida, conquistando-o e depois consolidando-o”, termina a nota.

Sam Nujoma morreu no sábado aos 95 anos, anunciou hoje a presidência namibiana.

“O nosso pai fundador teve uma vida longa e decisiva, durante a qual serviu de forma excecional”, lê-se num no comunicado, que manifesta "pesar e tristeza".

Enquanto líder da Swapo, o movimento de libertação que cofundou em 1960, Sam Nujoma conquistou a independência da Namíbia, em 1990, da África do Sul, que tinha assumido o controlo do território à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial.

Começou por unificar uma população de dois milhões de habitantes, de uma dezena de grupos étnicos, que o apartheid tinha procurado dividir.

O “Velho”, como era apelidado o antigo Presidente, de barba farta e que fazia lembrar Fidel Castro, deixou o poder aos 75 anos, em 2005, depois de ter conseguido que a Constituição fosse alterada para poder completar um terceiro mandato.

Nomeou um fiel seguidor como sucessor, mas manteve-se sempre presente nos bastidores.

Numa das últimas aparições públicas, em maio de 2022, aos 93 anos, mostrou-se com o punho erguido. Deixando cair o andarilho, apelou para uma dedicação contínua aos “ideais pan-africanos”.