Segundo a agência Ria Novosti, as gares de Iaroslavski, Kievski e Kazanski, a célebre galeria comercial Goum, na Praça Vermelha, e duas universidades estão entre as duas dezenas de locais públicos de Moscovo evacuados depois de alertas que acabaram por se revelar falsos.

“Às 16:45 de hoje (14:45 em Lisboa), 23 locais de Moscovo tinham recebido telefonemas com ameaças”, disse à Ria Novosti um responsável da polícia municipal.

As chamadas anónimas começaram na segunda-feira, na zona ocidental da Rússia, e espalharam-se na terça-feira a cidades de todo o país.

Hoje, além de Moscovo, houve ameaças de bomba em várias cidades da Sibéria e do Extremo-Oriente russo.

Segundo a agência, um total de 45.000 pessoas foram retiradas de locais públicos e nenhuma bomba foi encontrada.

As autoridades russas não comentaram publicamente até ao momento a série de falsos alertas.

Nas redes sociais já circularam várias a imagens, com as ruas cheias de gente:

Na altura, e de acordo com a autoridades russas, todas as chamadas tiveram de ser verificada e cães foram colocados no terreno para tentar encontrar qualquer engenho explosivo. À TASS a polícia afirmou que tudo, à priori, parecia ser uma situação de "terrorismo por telefone e nada mais", apesar do oficial citado sublinhar que "todas as chamadas têm de ser investigadas". Algo que se veio a confirmar posteriormente.

Desde o início da semana até à manhã de quarta-feira os serviços de emergência de Moscovo receberam cerca de 20 chamadas com ameaças de bomba o que obrigou a que, pelo menos, cinco edifícios fossem investigados. Segundo as autoridades, comprovou-se que todas essas ameaças eram falsas.

No dia 31 de agosto, os serviços secretos russos anunciaram a detenção de dois presumíveis membros do grupo extremista Estado Islâmico que se preparavam para realizar ataques suicidas e com armas brancas em Moscovo.

Em comunicado, o FSB (ex-KGB) indica que os dois homens, “originários da Ásia central”, foram detidos quando planificavam “atos terroristas em locais muito frequentados a 1 de setembro”, o início do ano escolar na Rússia.

Um devia esfaquear civis e o outro devia acionar um cinto de explosivos, segundo a agência noticiosa russa TASS.

A Rússia já foi alvo de várias ameaças do Estado Islâmico e do ramo sírio da Al-Qaida desde o início da sua intervenção militar na Síria ao lado do regime de Bashar al-Assad a 30 de setembro de 2015.

O grupo 'jihadista' Estado Islâmico reivindicou em agosto dois ataques com arma branca na Rússia.

O primeiro a 19 de agosto, quando um jovem esfaqueou sete pessoas em plena rua em Surgut, na Sibéria ocidental, e o segundo a 28 de agosto, no Daguestão, república instável do Cáucaso russo, onde dois homens atacaram polícias com uma faca, matando um agente e ferindo outro antes de serem abatidos.

Em ambos os casos, as autoridades russas abriram inquéritos por tentativa de homicídio e não por “ato terrorista”, apesar das reivindicações dos ‘jihadistas”.