As imagens de filas de carros à procura de abastecer os seus depósitos que se viram na quinta-feira e na sexta-feira não se repetiram hoje pelo centro da cidade de Coimbra, estando a maioria praticamente vazias.
Por volta das 20:00, após o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) terem decidido manter a greve com início na segunda-feira, o posto de abastecimento perto do centro comercial Alma tinha apenas dois carros e, nas bombas do Jumbo, apenas uma viatura se servia de um dos dez pontos de abastecimento disponíveis.
No posto de abastecimento na Avenida Inês de Castro também se registava pouca afluência ao final do dia de hoje.
"A tarde foi calmíssima", disse à agência Lusa um funcionário daquele posto, salientando que apenas houve filas na quinta-feira e na sexta-feira.
A gasolina acabou perto das 20:30 de hoje, "mas ainda há 18 mil litros de gasóleo simples", depois de o posto ter sido reabastecido na noite de sexta-feira, salientou.
Nas bombas da Galp, junto ao Coimbra Shopping, o cenário era semelhante.
Um funcionário do posto de abastecimento contou à agência Lusa, enquanto atestava a única viatura presente naquelas bombas, que a tarde tinha sido calma, ao contrário da "loucura" de quinta-feira e sexta-feira, explicando que não há afluência porque, neste momento, a maioria das pessoas já tem o carro abastecido.
Vitor Costa, residente de Coimbra, já estava à espera de não encontrar filas nas bombas de gasolina.
De regresso do Algarve, foi reparando ao longo do caminho que as bombas estavam sem grande afluência.
"Agora, estou a abastecer e já me dá para a semana toda", disse à Lusa Vitor Costa.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram hoje manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto.
"A greve é para avançar, por tempo indeterminado", afirmou aos jornalistas o presidente do SIMM, Jorge Cordeiro, após o encontro conjunto das duas estruturas sindicais, realizado hoje à tarde em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa.
O SIMM já tinha anunciado que mantinha a greve, após um plenário realizado hoje de manhã em Leiria.
Portugal está, a partir de hoje e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido à greve de motoristas.
À greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM associou-se o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23:59 de 21 de agosto, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Comentários