"Como se pode confiar num Governo que se pauta por uma conduta de engano permanente às populações, de que fará uma Avaliação de Impacto Ambiental independente e séria?", questionou o MALP, em comunicado, sublinhando que Jorge Seguro Sanches "se deve demitir", porque "faltou à verdade".
Segundo o MALP, não só a providência cautelar interposta pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo decorria ainda a 08 de janeiro, data em que o secretário de Estado assinou o prolongamento, por mais um ano, dos direitos de prospeção das concessões localizadas ao largo da costa vicentina, como ainda decorre outra providência cautelar, interposta Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
"Um governante que mente descaradamente em público não tem condições para se manter no seu cargo", acusa o MALP, cujos elementos vão, na próxima quinta-feira, promover um buzinão junto à Câmara de Loulé para manifestar o seu descontentamento "com a total falta de respeito do Governo socialista" com as populações do Algarve.
O MALP quer ainda saber se António Costa "vai responder ao pedido de audiência urgente" dos autarcas do Algarve, formulado há uma semana e meia numa reunião realizada em Loulé, que juntou mais de trinta representantes de autarquias, dos setores empresarial e turístico e de movimentos ambientalistas.
"A falta de respeito pelos autarcas e pelas principais associações representativas das populações da região do Algarve por parte do governo socialista apoiado pelo PCP, pelo BE e pelos Verdes, é total", lamentam.
De acordo com o MALP, à recusa das populações do Algarve "em ver as suas praias manchadas de petróleo o Governo respondeu com o prolongamento do prazo" de prospeção de petróleo por um ano.
"O embuste e as manobras dilatórias do Governo da 'geringonça' para conseguir avançar com a exploração de petróleo no Algarve e, ao mesmo tempo, conter a contestação social é simplesmente execrável", concluem, acusando o Governo de "assobiar para o lado".
Em maio do ano passado, a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) interpôs uma providência cautelar contra o Ministério do Mar, por ter autorizado furos de sondagem na Costa Vicentina, mas no final de fevereiro as partes acordaram em suspender os procedimentos por três meses.
"Em termos práticos, com providências cautelares a correr nos tribunais, o consórcio ENI/Galp não pode iniciar quaisquer trabalhos, sejam preparatórios ou de prospeção, ao largo de Aljezur", esclareceu a PALP.
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