“Preciso que o Governo francês me proteja, me ajude, a mim e aos meus filhos”, disse hoje a esposa de Meng, em declarações à France Info.

Explicou que está “com medo de ser sequestrada”, que recebeu “telefonemas estranhos” e que foi seguida por um casal de chineses até ao hotel onde está hospedada.

Nas imagens de videovigilância do hotel, vê-se um homem e uma mulher a entrar e a pedirem o número do quarto da esposa de Meng Hongwei com a desculpa – falsa — de que tinham um compromisso. Pouco depois, o mesmo homem é visto a correr atrás do carro da mulher de Meng para fotografar a matrícula.

Por isso, a mulher do antigo presidente da Interpol diz que vai formalizar hoje o pedido de asilo junto do escritório francês para a proteção de refugiados apátridas.

Meng era vice-ministro de Segurança Pública da China quando foi eleito presidente da Interpol, em 2016, perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China no passado dia 25 de setembro.

Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a Comissão Nacional de Supervisão da China confirmou a detenção.

De acordo com o Ministério de Segurança Pública da China, a investigação a Meng foi aberta depois de as autoridades chinesas terem dito que detetaram que ele aceitou um suborno e violou a lei estadual com um comportamento que causou “sérios danos” ao partido e à segurança nacional.

Em 21 de novembro, a Assembleia Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang.

A organização policial internacional tinha recebido no dia 07 de outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não seria o delegado da China naquele organismo.