“Vemos esta decisão como justa, esta é aliás a prenda que os portugueses mereciam, prenda no sentido do reconhecimento internacional por parte do Reino Unido, que é também o nosso principal mercado emissor de turistas e tem repercussões internacionais, e demonstra o esforço que tem sido feito pelos portugueses no combate à covid-19”, afirmou António Pina em declarações à agência Lusa.

O presidente da associação que representa os 16 municípios do Algarve reconheceu que, logo no início da “fase pós-confinamento, a situação agravou-se um bocadinho” na região, com aumento de casos e o surgimento de alguns surtos, mas destacou que o trabalho realizado pelos operadores turísticos da região permitiu conter a pandemia na região e evitar mais contágios.

“Aprendemos todos a viver nesta nova realidade e conseguimos ir controlando um pouco mais, fruto do excelente trabalho dos profissionais de saúde, fruto do excelente trabalho também - e estão de parabéns - dos hoteleiros e da restauração, que no Algarve souberam receber nas condições necessárias”, considerou.

António Pina, que acumula as presidências da AMAL e da Câmara de Olhão, argumentou ainda que, “apesar de ter havido um aumento de cerca um milhão de pessoas” presentes no Algarve a gozar férias, “nem por isso os casos de covid-19 aumentaram” e a região afirmou-se como uma “estância turística ‘covid free’ [livre de covid]”.

“Estão também de parabéns o Governo e a nossa diplomacia, que trabalharam para repor a justiça, porque continuamos a afirmar o seguinte: é mais seguro viver no Algarve do que no Reino Unido”, garantiu.

Questionado sobre o facto de a medida ter sido tomada já quase no final de agosto, sendo julho o melhor mês para a ocupação turística no Algarve, António Pina lembrou que o mercado britânico é o “principal mercado turístico” da região e citou o “velho ditado que diz mais vale tarde do que nunca”.

“Esperamos ainda que esta decisão abranja também outro mercado importante para a região, como o irlandês”, disse ainda o presidente da AMAL, referindo-se a um dos países que ainda obrigam os viajantes procedentes de Portugal a cumprirem quarentena na chegada ao seu território.

O Governo britânico incluiu na quinta-feira Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.

"Os dados também mostram que agora podemos adicionar Portugal aos países incluídos nos corredores de viagens”, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, foram retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como aconteceu na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

O Reino Unido introduziu a necessidade de autoisolamento por 14 dias a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro ao Reino Unido em 08 de junho para evitar a importação de infeções, mas um mês depois isentou cerca de 70 países e territórios, considerados de baixo risco.

A isenção de quarentena é acompanhada com a mudança do conselho do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) contra as viagens não essenciais para aqueles destinos, importante para efeitos de seguro de viagem.