As imagens dos corpos surgiram hoje nas redes sociais, revelando dois camiões e um carro incendiados numa estrada em Hpruso, no leste, contendo os corpos sem vida de cerca de 30 pessoas.
Um oficial rebelde contra a Junta Militar, que tomou o poder por um golpe de Estado, da Forças de Defesa do Povo, disse ter encontrado os veículos hoje de manhã.
“Quando fomos verificar a área esta manhã, encontrámos 27 cadáveres queimados em dois camiões”, disse o rebelde, corroborando o testemunho de outra pessoa que também disse ter visto dezenas de corpos sem vida.
Também o Observatório de Testemunhas de Myanmar informou hoje que “35 pessoas, incluindo crianças e mulheres, foram queimadas e mortas pelos militares, na sexta-feira, no município de Hpruso”.
O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, disse que vários confrontos eclodiram em Hpruso, na sexta-feira, quando os soldados imobilizaram sete viaturas que se movimentavam de “forma suspeita”, levando à morte de várias pessoas.
Banyar Khun Aung, diretor do grupo de defesa dos Direitos Humanos Karenni, reagiu dizendo tratar-se de “um crime hediondo” e condenado o massacre “como um crime contra a humanidade”.
Myanmar mergulhou no caos desde o golpe de 1 de fevereiro, após um golpe de Estado que levou ao poder uma Junta Militar que pôs fim à transição democrática, que durava há uma década.
Nos últimos 10 meses, mais de 1.300 civis foram mortos em confrontos, segundo várias organizações, que relatam casos de tortura e execuções extrajudiciais.
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