Desrespeitando o estado de emergência devido à covid-19, os ativistas continuam a manifestar-se na Tailândia, para pedirem a dissolução do parlamento e uma nova Constituição, "para acabar com a hegemonia das elites promilitares e ultramonárquicas" no país.

Conta o The Guardian que, no último protesto, cerca de 200 manifestantes utilizaram o imaginário de Harry Potter, usando acessórios associados à saga. Alguns estavam vestidos como as personagens e muitos empunhavam varinhas. Questionados do motivo, disseram ser uma referência ao aumento de injustiças por parte do governo militar.

Na Tailândia, difamar a família real é um crime punível com até 15 anos de prisão, segundo a lei. Todavia, a polícia não interrompeu os manifestantes, embora o sucedido vá ser investigado.

Anon Nampa, advogado de 34 anos presente na manifestação, acusou o palácio de assumir poderes crescentes, minando a democracia. Depois de Maha Vajiralongkorn assumir o trono, em 2016, o palácio exigiu revisões da constituição, o que lhe deu maiores poderes: desde então, o rei assumiu o controlo pessoal de algumas unidades do exército e dos bens do palácio.

Por outro lado, alguns ativistas queixaram-se de assédio por parte das autoridades, denunciando que pelo menos nove figuras da oposição que vivem no exterior desapareceram, tendo duas sido encontras mortas.

Para Anon, falar destes temas "não é um ato para derrubar a monarquia, mas para permitir que esta exista na sociedade tailandesa da maneira correta e legitimamente, sob uma monarquia democrática e constitucional".

O palácio ainda não reagiu às manifestações.

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