Na sua primeira intervenção perante o 27-º Congresso do CDS, em Lamego, no distrito de Viseu, a líder centrista propôs "um método" para preparar "o caminho para as próximas eleições legislativas" de 2019, nas quais quer ser "a primeira escolha dos portugueses".

O grupo designado "Portugal.com futuro" é constituído por seis militantes: Ana Rita Bessa, Mariana França Gouveia, Francisco Mendes da Silva, João Moreira Pinto, Graça Canto Moniz e Jorge Teixeira e dois independentes, o poeta e ensaísta Pedro Mexia, que é consultor do Presidente da República para a cultura, e Nádia Piazza, da associação das vítimas do incêndio de Pedrogão Grande.

"É um grupo sub-45, que saberá integrar os contributos dos nossos senadores. São mulheres e homens com várias experiências profissionais e políticas, de várias regiões do país, do Porto ao Barreiro, passando por Viseu, Covilhã, Leiria ou Lisboa. Tenho a certeza que, com a coordenação do Adolfo, vão fazer um trabalho extraordinário", afirmou.

Este grupo irá "reunir, selecionar e dar um corpo sistemático aos elementos que são trabalhados nos vários pilares de ação do partido: gabinete de estudos, grupo parlamentar, 'Ouvir Portugal' conferências, 'Ouvir Portugal' rua e ainda, naturalmente, todos os contributos das estruturas distritais, concelhias, Senado e organizações autónomas, como a JP ou a Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos".

Assunção Cristas reiterou a ideia segundo a qual "é possível disputar a primeira liga", relacionando-a com o seu resultado eleitoral em Lisboa, em que alcançou mais de 20%, passou de um para quatro vereadores, e tornou-se a segunda força política da capital.

Para isso, defendeu, é preciso "estar um passo à frente na preparação das eleições, com trabalho de terreno, de proximidade, porque nada substitui o contacto olhos nos olhos, com trabalho de estudo e preparação de ideias, com abertura do partido".

Assunção Cristas defendeu que, com essa postura, o partido conseguirá afirmar-se como alternativa ao Governo que "esconde a austeridade na degradação dos serviços públicos essenciais", como tem sido sublinhado pelo partido na área da saúde.

"Veja-se ainda agora com o que se sabe sobre a falta de intervenção na ponte 25 de Abril", declarou.

O programa eleitoral, disse, estará atento aos "três eixos centrais" da sua moção ao Congresso: "demografia, território e nova economia".

"Há que trabalhar para construir o futuro de uma sociedade que respeita todos, dos mais novos aos mais idosos, que protege as situações de maior fragilidade e não descarta os doentes em fim de vida, antes acarinha e elimina o sofrimento e se afasta definitivamente da eutanásia", defendeu.

Esse programa terá também como horizonte "uma sociedade onde o Estado garante a prestação de serviços públicos, muitas vezes em rede com os outros setores, num verdadeiro Estado social de parceria; um país onde há coesão territorial e a valorização de todos o território", incluindo o mar.

"Eu acredito que nós somos o partido que prepara o futuro. E sei que se trabalharmos bem veremos os resultados. Eu sei que seremos bem-sucedidos se mostrarmos que estamos preparados para sermos uma alternativa às esquerdas unidas, ou, como um senador oportunamente observava, às esquerdas encostadas, que ora se encostam, ora ameaçam desencostar", declarou.