“Estou aqui para assumir os melhores momentos e os piores momentos. Este não é um bom momento”, afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, dizendo que deixa “aos portugueses esse julgamento”, pois depende "do voto das pessoas”.

André Ventura foi confrontado, à entrada para o plenário, com o caso do deputado municipal do Chega acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados, duas semanas depois de Miguel Arruda, deputado eleito nas listas do partido, e que entretanto passou a não inscrito, ser constituído arguido por alegadamente furtar várias malas do aeroporto.

Hoje, foi também noticiado que um deputado regional do Chega nos Açores foi apanhado a conduzir com 2,25 g/l de álcool no sangue, o que é considerado crime.

O líder do Chega recusou que a sua liderança esteja fragilizada.

“A liderança do partido está nas mãos dos militantes do partido. Essa não é uma questão para agora, essa não é uma questão do momento”, defendeu.

Dizendo que o presidente “é sempre o responsável político do que ocorre no Chega”, Ventura salientou que “quando exige aos outros limpeza, faz essa limpeza, quando exige aos outros justiça, não ataca a justiça, agradece à justiça, quando há casos no seu próprio partido, não olha para o lado, nem se esconde no gabinete”.

”Um líder não escolhe os casos, mas escolhe a reação que tem aos casos, escolhe a reação que tem àquilo que acontece. A minha é dizer-lhes que têm que sair”, salientou, alegando ser diferente de outros líderes partidários, e que o Chega não tem ”certamente mais casos do que o PSD, o PS e todos os outros”.

O presidente do Chega disse que “nunca” fugiu à sua responsabilidade enquanto líder do partido, e “não é agora” que o vai fazer”, estando aqui para “assumir os melhores momentos e os piores momentos”.

André Ventura afirmou também que estas pessoas não tinham cadastro criminal.

Sobre José Paulo Sousa, o deputado do Chega nos Açores apanhado a conduzir sob efeito de álcool, disse que ainda não teve “a oportunidade de falar” com ele, sustentando que o caso de Nuno Pardal “era especialmente grave para focar a [sua] atenção”.

André Ventura disse que fará, “certamente, esse contacto”, mas não respondeu se vai exigir ao parlamentar que renuncie ao mandato.