Segundo o Jornal de Notícias (JN), em Seramil, Amares, no distrito de Braga, a população juntou-se na igreja às oito horas da noite de ontem, altura em que deveria ser celebrada a missa. Mas, a intenção da população não era a de celebrar, mas sim a de não abrir as portas ao padre António Magalhães Sousa. A GNR foi chamada ao local, conseguindo acalmar os ânimos e até abrindo as portas da igreja, mas não houve celebração.

Colocado nesta paróquia em setembro de 2023, a comunidade, segundo o JN, acusa o sacerdote de as “destruir tradições” daquela terra, onde vivem cerca de 150 pessoas.

“O senhor padre vinha para celebrar a missa, mas nós não o queremos cá”, garantiu Jorge Marques ao JN, um dos paroquianos que trocou algumas palavras com o sacerdote à porta da igreja.

“Disse-lhe que é o fim da linha dele aqui”, acrescentou, sublinhando que “nunca” antes houve conflitos com outros sacerdotes. “Mal cá chegou, este padre deu-nos a entender que poderia fechar a nossa igreja, o que nos obrigaria a ir à missa a outros sítios”, apontou porta-voz ao JN.

“No Dia de Todos os Santos [1 de novembro] não fez missa - só a fez no dia 5 - e na celebração da Imaculada Conceição [8 de dezembro] também não houve nada”, exemplificou. A “gota de água” aconteceu no Dia de Natal. “Há cerca de 50 anos que é tradição ver o presépio feito pelas crianças da catequese e pelos adultos, mas isso foi negado. O senhor padre disse que não andava pelos usos e costumes dos outros”, revelou Jorge Marques.

Apesar de contactado pelo JN, o padre António Magalhães Sousa não comentou a situação, mas no jornal local “O Amarense”, o sacerdote publicou uma mensagem em que refere que “a fé e a celebração da eucaristia é sempre uma proposta: uns acolhem, outros não. Quando quiserem - se quiserem - saborear este encontro feliz com Jesus Cristo Vivo, basta informar-me que, como sempre fiz, organizarei a agenda para que tenhamos a celebração bela, nobre e digna”.

António Magalhães de Sousa tem a seu cargo sete paróquias em Amares. Ao longo dos anos, tem assumido algumas posições mais polémicas, sobretudo através de textos publicados na sua página de Facebook “Sopro e Vida”.