Segundo um documento enviado a um juiz de Nova Iorque, Brian Cogan, Guzmán esteve “privado do direito à assistência de um advogado”, acusando a equipa que o defendeu em 2019 de ter sido “ineficiente”.
O mexicano sublinhou que os advogados não solicitaram uma análise prévia dos documentos fornecidos pelo México para fundamentar um pedido de extradição americana.
O recurso, assinado de 06 de setembro, recordou que o julgamento decorreu em Brooklyn e não nos estados do Texas ou Califórnia, conforme estipulado no pedido de extradição.
Guzmán alegou que a omissão o prejudicou, impedindo-o de contestar de forma adequada os termos da extradição, tendo assim sido privado de um “julgamento justo”.
O documento acusou ainda a equipa que o defendeu de não se opor às moções apresentadas pelo governo e de não ter explorado a possibilidade de um acordo judicial com o Ministério Público norte-americano.
Em janeiro, um tribunal de Nova Iorque já tinha negado um recurso de Joaquin Guzmán contra a condenação.
Como principais argumentos para o recurso, os advogados de “El Chapo” questionaram a sua condenação porque um dos jurados confidenciou ter tomado conhecimento dos elementos do caso pela comunicação social, durante o julgamento.
A defesa argumentou ainda que o isolamento total do mexicano desde a sua extradição para os Estados Unidos, em janeiro de 2017, tinha-o impedido de preparar a sua defesa.
Considerado na altura como o traficante de droga mais poderoso do mundo, Guzmán foi condenado, em 2019, por transportar pelo menos 1.200 toneladas de cocaína para os Estados Unidos ao longo de um quarto de século, além de uso ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.
O famoso traficante de droga foi condenado a prisão perpétua, com uma sentença simbólica de 30 anos adicionais de prisão, por uso de armas automáticas.
Durante o julgamento, a acusação demonstrou que o mexicano, agora com 64 anos, tinha ordenado o homicídio ou condenado à morte pelo menos 26 pessoas, às vezes depois de serem torturadas.
Entre estas estavam informadores, traficantes de organizações rivais, polícias, colaboradores e até membros da própria família.
“El Chapo”, que é ainda conhecido pela sua espetacular fuga de uma prisão mexicana através de um túnel, em 2015, está detido na prisão de alta segurança no Estado do Colorado, no oeste dos Estados Unidos.
A mulher do traficante de droga, Ema Coronel Aispuro, foi condenada, no final de novembro de 2021, a três anos de prisão por um tribunal norte-americano em Washington, após admitir, em junho, ter colaborado com o marido.
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