A sonda espacial foi lançada de uma base da NASA, na Florida, às 12:06 locais (17:06 em Lisboa), a bordo de um foguetão Falcon Heavy, da empresa SpaceX, do magnata Elon Musk.

O lançamento ocorreu quatro dias depois da data prevista devido ao furacão Milton, que atingiu na noite de quarta-feira o Estado da Florida, causando 23 mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades norte-americanas.

A missão Europa Clipper é a primeira da NASA dedicada a "estudar um mundo oceânico para lá da Terra".

A sonda irá viajar 2,9 mil milhões de quilómetros e depois de começar a orbitar Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, em abril de 2030, irá passar por Europa 49 vezes.

Europa, a menor das quatro luas de Júpiter descobertas por Galileu Galilei no século XVII, tem quase o tamanho da Lua, satélite natural da Terra, mas o seu interior é diferente.

Dados recolhidos na década de 1990 pela sonda espacial Galileu revelaram, de acordo com a NASA, fortes indícios de que "sob o gelo de Europa existe um enorme oceano salgado, com mais água do que todos os oceanos da Terra juntos".

Além disso, segundo os cientistas, esta lua de Júpiter poderá "hospedar compostos orgânicos e fontes de energia sob a sua superfície".

A sonda Clipper está equipada com nove instrumentos científicos, incluindo "um radar de penetração no gelo, câmaras e um instrumento térmico para procurar áreas de gelo mais quente e quaisquer erupções recentes de água".

Para manter a funcionar estes instrumentos com energia, sob a fraca luz solar que atinge Júpiter, a sonda transporta os maiores painéis solares que a NASA alguma vez utilizou para uma missão interplanetária.

A sonda mede 30,5 metros de comprimento com os painéis abertos.

Espera-se que em 2031 a Clipper comece a realizar os sobrevoos científicos em Europa para "determinar a espessura da camada gelada da lua e as suas interações com o oceano que se encontra por baixo, investigar a sua composição e caracterizar a sua geologia".