“O centro ajudará a coordenar as atividades espaciais da Aliança, a apoiar as missões e operações da NATO a partir do espaço – incluindo comunicações e imagens de satélite – e a proteger os sistemas espaciais aliados, através da partilha de informações sobre ameaças potenciais”, referiu Stoltenberg, em conferência de imprensa no final do primeiro dia de uma cimeira virtual que reúne o conjunto dos ministros de Defesa dos países membros da NATO até sexta-feira.

Afirmando estar “preocupado” com as movimentações da China e da Rússia, que estão a “desenvolver sistemas que permitem cegar ou destruir satélites”, Stoltenberg referiu que a NATO “tem de garantir” que tem “sistemas seguros e fidedignos” no espaço.

“O que acontece no espaço tem grande relevância para o que conseguimos fazer na Terra. Comunicações, navegação, telemóveis, transmissão de dados: muitas das atividades no ar, mar e terra, dependem das capacidades no espaço, sobretudo em termos de satélites”, sublinhou.

O novo centro espacial ficará localizado em Ramstein, na Alemanha, onde se encontra o atual Comando Aéreo Aliado da NATO, o que permitirá o aproveitamento “da competência e conhecimento” dos funcionários locais.

“O número de pessoas [envolvidas no funcionamento do centro] será limitado inicialmente, mas o nosso plano é expandir e aumentar o tamanho e a importância do centro à medida que formos avançando”, afirmou o secretário-geral.

Stoltenberg sublinhou ainda que cada aliado “tem capacidades diferentes no espaço” e que, como tal, é necessário “garantir que as atividades aliadas no espaço são mais coordenadas” de maneira a “ajudar e reforçar a Aliança”.

A França já tinha anunciado, em julho de 2019, a criação de um comando militar do espaço, tendo o Presidente francês, Emmanuel Macron, referido na altura que o projeto servia para “proteger melhor” os satélites franceses.

Estima-se que cerca de metade dos 2.000 satélites que se encontram em órbita pertencem a países que fazem parte da aliança.