"Peço a todos os líderes políticos e aos partidos que aproveitem esta oportunidade histórica de maneira construtiva e responsável", escreveu no domingo Jens Stoltenberg, na sua conta oficial da rede social Twitter.
"As portas da NATO estão abertas", acrescentou.
Mais de 90% dos eleitores que participaram no referendo de domingo na Macedónia aceitaram que o país passe a ser a "República da Macedónia do Norte", segundo resultados da comissão eleitora, respondendo positivamente à pergunta: “Apoia a integração na União Europeia [UE] e na NATO ao aceitar o Acordo entre a República da Macedónia e a República da Grécia?”.
Após quase 30 anos de diferendo entre os dois países vizinhos, Atenas e Skopje assinaram em 17 de junho um acordo histórico para rebatizar o pequeno país, de 2,1 milhões de habitantes e maioria de população eslava, com o nome de “República da Macedónia do Norte”.
Segundo os últimos números disponíveis relativos à participação do eleitorado, a abstenção foi elevada.
Segundo a Constituição da Macedónia, o resultado do referendo só será válido se reunir 50% do eleitorado, o que se traduz em cerca de 903.000 votos.
As previsões são de que a participação fique abaixo dos 50%.
Apesar da votação só ter um caráter consultivo, no caso de o referendo não alcançar os índices de participação mínima para ser considerado válido, o Governo terá uma tarefa difícil em convencer o parlamento a aprovar a emenda constitucional, para mudar o nome do país.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, a chanceler alemã, Angela Merkel, ou o comissário europeu para o Alargamento, Johannes Hahn, visitaram Skopje nas últimas semanas e envolveram-se na campanha para exortarem a população a votar numa perspetiva de “futuro”.
Desde a independência, em 1991, e devido ao prolongado litígio com Atenas, esta ex-república jugoslava foi admitida na ONU dois anos depois, sob a designação de Antiga República Jugoslava da Macedónia (FYROM, na sigla inglesa).
No entanto, numerosos países do mundo, incluindo os Estados Unidos e Rússia, reconheceram o pequeno país como “Macedónia”.
O acesso de Skopje a diversas instâncias internacionais (em particular UE e NATO) permanecia bloqueado pela Grécia, que considera o nome Macedónia como parte exclusiva do seu património histórico.
Alexandre o Grande nasceu em Pella, uma cidade da província fronteiriça grega também designada Macedónia.
Atenas considerava que a utilização do mesmo nome por Skopje denunciava ambições territoriais.
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