Cerca de 30 navios de superfície e submarinos, até 19 aviões e várias unidades terrestres estão envolvidos no exercício “Northern Coasts 23” sob comando da Alemanha, anunciou a Marinha alemã num comunicado.

Mais de 3.200 soldados vão treinar “pela primeira vez desde o início destas manobras, em 2007, num cenário realista no âmbito da defesa da NATO”, disse o almirante Stephan Haisch, citado pela agência francesa AFP.

Nos anos anteriores, os exercícios da NATO no Mar Báltico visavam sobretudo a preparação para fazer frente a ataques de piratas, terroristas e traficantes, ou para participar em missões internacionais.

As operações, que deverão durar até 23 de setembro, terão lugar principalmente nas águas costeiras da Estónia e da Letónia, incluindo o espaço terrestre e aéreo associado, bem como nas partes oriental e central do Mar Báltico.

Os dois países da antiga União Soviética, agora membros da NATO, fazem fronteira com a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Os exercícios são liderados pelo almirante Haisch a partir de Rostock, uma cidade portuária no nordeste da Alemanha.

É a primeira vez que a Marinha alemã “planeia e lidera manobras desta ordem de grandeza”, afirmou.

O treino centrar-se-á, em particular, na defesa dos portos, mas também em ataques anfíbios a alvos em terra.

O objetivo é otimizar a cooperação entre as forças navais, terrestres e aéreas envolvidas, explicou a Marinha alemã.

Os exercícios “Northern Coasts” foram lançados por Berlim em 2007, com comando alternado da Alemanha, da Dinamarca, da Suécia e da Finlândia.

Além da Alemanha, a edição de 2023 envolve Estados Unidos, França, Itália, Finlândia, Estónia, Dinamarca, Canadá, Bélgica, Lituânia, Letónia, Países Baixos, Polónia e Suécia.

A Rússia também realiza regularmente exercícios militares no Báltico, como aconteceu recentemente em agosto.

De acordo com a Marinha alemã, as manobras não ocorrerão perto de Kaliningrado, o pequeno território russo encravado na União Europeia, para evitar qualquer provocação.

Na sequência da guerra russa contra a Ucrânia, a Finlândia tornou-se o 31.º membro da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte), enquanto a Suécia aguarda a ratificação da Turquia.