Jens Stoltenberg falava à agência norte-americana Associated Press a seguir às conversações sobre a segurança europeia com o Presidente polaco, Andrzej Duda, numa base aérea em Lask, no centro da Polónia, onde estão baseados os jatos de combate da Polónia e dos Estados Unidos na NATO F-15 e F-16.

“Faremos sempre o que for preciso para proteger e defender os nossos aliados, mas não pensamos que haja qualquer necessidade agora de alterar os níveis de alerta das forças nucleares da NATO”, disse Stoltenberg.

O Kremlin iniciou a invasão da Ucrânia na quinta-feira e hoje atingiu o centro da cidade ucraniana de Kharkiv.

A Rússia lançou o espetro de uma guerra nuclear, anunciando na segunda-feira que as suas forças, em terra, no ar e no mar, estavam em alerta máximo, seguindo uma ordem dada no fim de semana pelo Presidente Vladimir Putin.

A NATO em si não dispõe de armas nucleares, mas três dos seus membros têm este potencial — Estados Unidos, Reino Unido e França.

“Acreditamos firmemente que é imprudente e irresponsável a forma como a Rússia está a falar de armas nucleares”, afirmou Stoltenberg, num dos hangares da base, transformado numa sala de conferências, com jatos em volta.

Stoltenberg recordou que a Rússia assinou vários documentos concordando que a guerra nuclear não pode ser ganha e não deve ser travada.

Os Estados Unidos reforçaram recentemente o flanco oriental do território da NATO, com 5.000 tropas adicionais deslocadas para a Polónia e a Roménia.

Ambos os países fazem fronteira com a Ucrânia, que não faz parte da NATO.

Um contingente de tropas francesas viaja hoje para a Roménia para reforçar a região, indicou Stoltenberg.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev.

A ONU deu conta de um milhão deslocados dentro da Ucrânia e mais de 660.000 refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.