“O Aita Mari está pronto para zarpar e ajudar as pessoas em perigo no Mediterrâneo Central (…) Mas o governo espanhol não deu resposta ao nosso pedido para navegar”, critica o Maydayterraneo, projeto que resulta da união das organizações não-governamentais (ONG) Proem-AID e SMH, que fretaram o navio.

Antiga embarcação de pesca reconvertida, o "Aita Mari" está atracado no porto basco de Getaria e tem pavilhão espanhol, mas precisa de autorização da Direção Geral da Marinha Mercante para poder navegar.

O Maydayterraneo sublinha, num comunicado, que seguiu “de forma estrita, os trâmites exigidos para fretar uma embarcação” e salienta que “o objetivo deste navio devia ser uma prioridade para todos os atores que se relacionam com o mar”, tendo em conta que se afogam todos os dias entre cinco a seis pessoas no Mediterrâneo Central.

Para o projeto Maydayterraneo, o salvamento marítimo deve ser assegurado pelos Estados: “Se a União Europeia e os seus Estados membros se comprometessem a resgatar nas águas internacionais entre Itália e Líbia, as ONG de resgate não teriam de mobilizar tantos recursos, tanto voluntariado, para defender a vida”.

Atualmente apenas o navio humanitário italiano "Mare Jonio" opera naquela zona, desafiando o governo italiano, tendo os restantes suspendido as suas missões devido à “perseguição política e mediática de alguns dos governos do litoral mediterrânico”, como Itália e Malta.

O ministro do Interior italiano Matteo Salvini, de extrema-direita, escreveu na sexta-feira na sua conta na rede social Twitter que o "Mare Jonio" "partiu para buscas no Mediterrâneo levando a bordo ativistas da extrema-esquerda, membros do Seawatch, Open Arms e uma escritora que publica no Espresso e no Repubblica. Boa viagem, beijos e abraços”, terminado com a ‘hashtag’ #portichiusi (portos fechados).