“Estivemos hoje presentes numa reunião e foram assumidos compromissos para reabrir negociações em aspetos que têm causado contestação na empresa”, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Fectrans.

O sindicalista explicou que não ficou decidida na reunião a suspensão da greve na quinta e sexta-feira, referindo que essa é uma decisão que cabe ao Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e Marinha Mercante, que marcou o protesto.

A Lusa tentou contactar o Sindicato dos Fluviais, mas tal não foi possível.

Uma outra fonte sindical contactada pela Lusa referiu que está previsto que a greve se mantenha, uma vez que a reunião não deu respostas concretas aos problemas.

O Governo manifestou-se hoje expectante em relação à suspensão da greve dos mestres da Soflusa após ter chegado a um acordo com os sindicatos representativos dos trabalhadores.

“A expectativa é que, estando esgotadas as razões da greve, até ao fim do dia possamos ter uma notícia de suspensão da greve”, afirmou o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, em declarações à agência Lusa, depois de uma reunião de última hora com sindicatos dos trabalhadores da Soflusa, no Terminal Fluvial do Cais do Sodré, em Lisboa.

De acordo com o governante, a suspensão da greve não ficou já decidida, porque “compete aos trabalhadores”, ou seja, “é preciso consultar os mestres” da Soflusa.

No âmbito da reunião entre o secretário de Estado e os sindicatos dos trabalhadores, foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.

Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de “reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos”, a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem a abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa.

Os mestres da Soflusa, que defendem a necessidade de serem contratados mais profissionais, têm agendada uma greve parcial, de três horas por turno, na quinta-feira e sexta-feira, implicando perturbações no serviço de transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa.

A Soflusa já admitiu que existirão perturbações no serviço nestes dois dias.

Na sua página na internet, a Soflusa informou que, nestes dois dias, o transporte a partir do Barreiro, no distrito de Setúbal, apenas será assegurado entre as 00:05 e a 01:30, às 05:05, entre as 09:30 e as 17:45 e das 22:00 às 23:30.

Na quinta-feira entra também em vigor o pré-aviso de greve dos mestres às horas extraordinárias, que pode prolongar-se até ao fim do ano.