Num discurso televisionado, transmitido a partir da sede militar de Israel, em Tel Aviv, Netanyahu afirmou que o país tem na sua posse dezenas de milhares documentos que o próprio intitulou de "Arquivos Atómicos" do Irão, de acordo com o britânico The Guardian.
Ao referir-se a uma “grande proeza dos serviços de informações”, Netanyahu assegurou que os documentos demonstram as ambições nucleares iranianas antes da assinatura do acordo de 2015 com as potências mundiais.
"Os líderes do Irão negaram repetidamente que estavam a desenvolver armas nucleares. Esta noite, estou aqui para vos dizer uma coisa: o Irão mentiu", disse, segundo adianta a agência Reuters.
Depois, continuou. "O Irão mentiu, em grande. O Irão está a mentir descaradamente quando diz que nunca teve um programa de armas nuclear. Após assinar o acordo nuclear em 2015, o Irão intensificou esforços para esconder os seus documentos secretos. Em 2017, o Irão moveu os seus ficheiros de armas nucleares para uma localização altamente secreta em Teerão", revelou.
Netanyahu, um virulento crítico do acordo internacional sobre as atividades nucleares do Irão, exprimia-se na aproximação da data limite de 12 de maio, fixada pelo Presidente dos EUA Donald Trump, em que será decidida uma eventual denúncia por Washington do acordo concluído em 2015.
Durante uma intervenção transmitida pela televisão, e apoiando-se em fotos e gráficos, Netanyahu disse que Israel conseguiu recentemente desvendar 55.000 documentos e 183 CD de informações provenientes dos “arquivos nucleares” do Irão.
Exprimindo-se em inglês, talvez a pensar na sua audiência internacional, disse ainda que o material contém provas incriminatórias e que demonstram que o programa iraniano, designado “Projeto Amad”, se destina a desenvolver a arma nuclear.
A UE participou na conclusão deste acordo, assinado em Viena em julho de 2015, depois de anos de negociações entre o Irão e o grupo dos 5+1 (Alemanha, EUA, França, Reino Unido e Rússia).
Nos termos do acordo, Teerão aceitou congelar o seu programa nuclear até 2025.
Os partidários do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano asseguram que este acordo é a melhor garantia para impedir que o Irão se dote da bomba atómica.
Trump, no entanto, considera o acordo demasiado fraco.
Durante a sua campanha presidencial, Trump prometeu “rasgar” o acordo, desejado pelo seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, e fruto de anos de negociações.
Ameaçando passar à ação 15 meses após a chegada ao poder, Trump deu aos signatários europeus do atual acordo com o Irão (Alemanha, Reino Unido e França) até 12 de maio para o tornar mais severo.
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