“Discutimos os últimos desenvolvimentos da guerra incluindo o empenhamento de Israel em atingir todos os objetivos da guerra: eliminação do Hamas, libertação de todos os nossos reféns, assegurar que Gaza não constitua uma ameaça para Israel e fornecendo a ajuda humanitária necessária” à população civil, declarou o gabinete de Netanyahu no comunicado após o contacto telefónico de hoje entre os dois líderes.
Segundo a Casa Branca, esta foi a primeira conversa telefónica entre os dois aliados desde há mais de um mês.
Biden, que forneceu um apoio praticamente incondicional a Israel desde o ataque sem precedentes do Hamas em 07 de outubro, tem manifestado ultimamente algum distanciamento face a Netanyahu.
Recentemente considerou que o primeiro-ministro israelita “faz pior que melhor” ao seu país devido à conduta da guerra na Faixa de Gaza, onde as mortes de civis não cessam de aumentar, a par do agravamento de uma situação humanitária catastrófica.
Biden também saudou o “bom discurso” do chefe dos senadores democratas, Chuck Schumer, que defendeu eleições gerais em Israel.
Os EUA têm manifestado reservas sobre a ofensiva que Netanyahu pretende desencadear em Rafah para eliminar o que define de “últimos batalhões do Hamas”, e quando 1,5 milhões de civis, na maioria deslocados internos, permanecem concentrados nessa cidade do sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito.
No domingo, o primeiro-ministro israelita advertiu que a “pressão internacional” não o impedirá de desencadear esta operação, mas assegurando que não terá início enquanto a população permanecer “concentrada no local”.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.139 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 120 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 31.700 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas mais de 70.000, também maioritariamente civis.
As agências da ONU indicam ainda que pelo menos 160 funcionários foram mortos em Gaza desde 7 de outubro.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do território.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 7 de outubro, pelo menos 418 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado perto de 7.000 detenções e mais de 3.000 feridos.
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