“Ninguém está satisfeito. À mesa do Orçamento, todos acham que é insuficiente aquilo que lhes toca. O Governo tem de gerir aquilo que tem”, afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que está a ser ouvido na Assembleia da República, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2021).
Questionado pelo deputado Afonso Oliveira, do Partido Social Democrata (PSD), sobre se considerava que o país podia estar melhor preparado para responder às dificuldades criadas pela pandemia de covid-19, acusando também o Governo de ter feito pouco investimento nos últimos anos em várias áreas como a Saúde e os serviços públicos, Siza Vieira considerou que “nenhum país está preparado para uma coisa destas”.
No entanto, o ministro da Economia defendeu que “apesar de tudo, [o país] estava melhor no início deste ano do que estava em 2015”, quando o governo do Partido Socialista (PS), sustentado por acordos com o Partido Comunista Português (PCP), o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) – a chamada “geringonça” – tomou posse.
O governante admitiu, ainda, a necessidade de se criar mais medidas de apoio à economia, para evitar uma “depauperação ainda maior” das empresas.
“Quando a procura desaparece […] é muito difícil manter a oferta, mas o Governo - nós estamos todos coletivamente a fazer um esforço muito grande - e o Governo está aqui, não lhe posso dizer outra coisa”, respondeu Siza Vieira a Afonso Oliveira, que perguntou ao ministro onde esteve o Governo na preparação dos apoios à empresas, exceto na resposta à primeira fase da crise, que o social-democrata considerou “muito importante”.
Quanto aos atrasos no investimento público nos últimos anos, Siza Vieira admitiu-os, porém considerou que “há males que vêm por bem”, porque o Governo está “finalmente a conseguir concretizar algum investimento público, em alguma quantidade”.
“Podíamos estar melhor preparados? Seguramente que sim, [mas] eu acho que não vale a pena estarmos a fazer este jogo”, argumentou o ministro da Economia.
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