A reunião da nova assembleia do Livre acontece oito dias depois de um congresso que decidiu adiar uma decisão sobre a retirada da confiança política a Joacine Katar Moreira, que se exaltou e chegou a acusar elementos do partido de mentirem.
Na reunião magna realizada nos dias 18 e 19, esteve em debate uma resolução da anterior Assembleia do Livre que propunha a retirada da confiança política à única deputada que o partido conseguiu eleger nas legislativas de 06 de outubro passado.
Apesar da polémica com a direção do partido, que se prolonga quase desde o início da legislatura, Joacine Moreira já garantiu estar “completamente fora de questão” renunciar ao mandato e deixar a Assembleia da República.
Por proposta de Ricardo Sá Fernandes, do Conselho de Jurisdição, o congresso decidiu adiar uma decisão sobre Joacine Moreira e remetê-la para os novos órgãos do partido.
O diferendo entre a deputada e os órgãos dirigentes do partido surgiu logo no início da legislatura após Joacine Moreira ter decidido abster-se num voto de condenação por "mais uma agressão israelita em Gaza" apresentado pelo PCP e não mais parou.
Na primeira intervenção que fez ao congresso, a seu pedido, Joacine Moreira disse estar “de consciência tranquilíssima”.
Numa segunda intervenção, reagindo a críticas de que não coordena a sua atividade com a direção do partido, a deputada exaltou-se e disse: “Isto é inadmissível, isto é mentira, tenham vergonha, mentira absoluta!”, batendo no púlpito onde subiu para reagir às considerações contidas na resolução da 42.ª Assembleia do partido.
O órgão máximo entre congressos alegou, na resolução, dificuldades de comunicação entre a direção do Livre e a deputada, bem como não ter acatado indicações quanto ao Orçamento do Estado e a sua votação na generalidade.
O fundador do partido Rui Tavares, membro da Assembleia, votou a favor da resolução naquele órgão e no congresso votou pelo adiamento da decisão em relação à confiança política em Joacine Moreira, ao lado da deputada e de Ricardo Sá Fernandes.
O Livre poderá tornar-se no primeiro partido a ficar sem representação no parlamento, excluindo eleições, se retirar a confiança a Joacine Moreira e esta decidir passar a deputada não inscrita.
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