“O novo centro de contacto do SNS é uma solução que cresce a partir da Linha Saúde 24 e que queremos que seja cada vez mais utilizada, mas que passa a ter outras formas de comunicar, nomeadamente explorando mais o digital, a presença nos ‘sites’ e em aplicações de telemóvel”, explicou à agência Lusa o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
Este novo centro de contacto, que é lançado na segunda-feira, vai manter os serviços de orientação de doentes que já era feito pela Linha Saúde 24, que também mantém o mesmo número de telefone (808 24 24 24).
Contudo, vão surgir novos serviços e a partir do fim do verão será possível telefonar para marcar uma consulta com o médico de família.
Segundo o presidente dos SPMS, Henrique Martins, outros serviços estão a ser desenvolvidos como a telemonitorização no domicílio de algumas doenças crónicas.
A telemonitorização consiste num modo de seguimento de doentes à distância, com transmissão de dados clínicos e disponibilizando apoio.
“Há uma integração maior entre os serviços administrativos e este canal que acaba por ter várias formas de ser acedido. Por telefone, numa página ‘web’ e integrado com a área [‘online’] do cidadão do SNS, onde hoje os cidadãos já podem fazer muitas coisas”, como pedir uma declaração de presença num serviço de saúde ou marcar uma consulta, refere o responsável.
O novo centro de contacto do SNS incluirá ainda uma nova faceta dirigida à população mais idosa, que pode passar por realizar chamadas regulares a pessoas que vivam em isolamento.
“Queremos ter contacto telefónico com o idoso, mas sem substituir a função de um centro de saúde, queremos antes ajudá-los e sabemos que há dificuldades das unidades no terreno para fazer telefonemas regulares”, afirmou Henrique Martins à Lusa.
Os SPMS estão ainda a trabalhar para que seja possível os utentes do SNS passarem a poder marcar uma consulta através da televisão de casa, o que está integrado num novo concurso que vai ser lançado para a rede informática do Ministério da Saúde.
Servirá sobretudo para cidadãos que não têm ou não sabem usar computador, podendo aceder na televisão, usando de forma simples o controlo remoto, a serviços da área do cidadão do SNS que por enquanto só estão disponíveis em computador.
“Vamos passar a ter um canal que é muito conhecido dos mais idosos, que é a televisão. Acreditamos que isso pode ser muito transformador. Além de telefonarem podem contactar o centro de contacto através da televisão”, indicou o presidente dos SPMS, que tem a partir de agora a responsabilidade deste novo “SNS 24”.
Outra das possibilidades futuras do novo centro de contacto deve passar por permitir poder redirecionar as chamadas em tempo real ou diferido para um profissional de saúde dos cuidados de saúde primários.
No novo centro de contacto do SNS vão ser investidos cerca de 30 milhões de euros nos próximos três anos, um investimento que quase duplica face à realidade da até agora Linha Saúde 24.
“Mantém-se a funcionar a Linha, que tem feito um excelente trabalho ao longo dos anos. Importa ampliar os serviços e misturar o canal de telefone com outros canais que permitem no futuro, por exemplo, colocar algoritmos e questões ‘online’ que permitam orientar as pessoas e reduzir as idas às urgências e até os telefonemas para o centro de contacto. Caso persistam dúvidas, podem as pessoas sempre telefonar na mesma. Não perdemos a Linha 24”, insiste Henrique Martins.
Atualmente, há cerca de 1,6 milhões de portugueses inscritos na área do cidadão do SNS e diariamente marcam-se cerca de cinco mil consultas para os centros de saúde através desta via.
Para os SPMS, ter um único centro de contacto com o SNS “vai potenciar” tanto a Linha Saúde 24 como os canais digitais, terminando com a dispersão que havia: “Acho que o futuro passa muito por aqui, mas mantendo a continuidade dos serviços que já existiam. É muito mais confortável marcar de casa, do telemóvel ou com o telemóvel, telefonando. Incluir as pessoas todas e acabar com o flagelo de estar de madrugada à porta do SNS à espera de conseguir marcar uma consulta”.
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