"Precisamos de ter o nosso Guantánamo", afirmou o controverso governador, em alusão à prisão americana instalada no leste de Cuba, que abriga os detidos acusados de terrorismo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 e que recebeu várias denúncias de violação dos direitos humanos.

"É preciso colocar os terroristas em locais onde a sociedade se livre definitivamente deles", acrescentou num discurso durante um ato na Cidade da Polícia, zona norte do Rio.

Pouco antes, propôs que os criminosos que usarem armas de alto calibre sejam tratados também como terroristas.

"Quem usa um fuzil e não está a envergar uniforme é inimigo. Quem usa um fuzil porque quer dominar um território é um terrorista e assim será tratado. Vamos retomar a tranquilidade de qualquer comunidade", prometeu.

Não é a primeira vez que Witzel, que venceu folgadamente as eleições de outubro, surfando a onda ultraconservadora que levou ao poder o presidente Jair Bolsonaro, causa polémica com as suas propostas de combate ao surto de violência no populoso e turístico estado.

Dias após a eleição, o novo governador propôs recorrer a atiradores de elite para matar criminosos identificados com armas de alto calibre, mesmo em casos em que não haja confronto com as forças de autoridade.

A onda de violência que afeta o Rio de Janeiro, o segundo estado mais rico e o terceiro mais populoso do país, intensificou-se após os Jogos Olímpicos realizados na capital fluminense, em 2016.

No ano passado, o Brasil registou 63.800 mortes violentas, 30,8 a cada 100.000 habitantes, embora no Rio esta taxa seja de 40,4/100.000, segundo a ONG Fórum de Segurança Pública.