"O número total de mortes até hoje é de 139", afirmou Ussein Isse, em declarações aos jornalistas, acrescentando que cinco mortes ocorreram na quarta-feira e que desde então não se registaram óbitos em consequência da doença.

Na província de Sofala, foram instalados nove centros de tratamento de cólera e uma campanha de vacinação deverá iniciar-se no princípio da próxima semana, prevendo-se que um milhão de pessoas da província de Sofala possam ser vacinadas.

De acordo com o departamento das Nações Unidas dos Assuntos Humanitários, foram ainda detetados 2.500 casos de diarreia aguda na região.

O ciclone Idai provocou, desde 14 de março, inundações extensas e as águas estagnadas, corpos em decomposição e a falta de higiene nas populações são propícias ao aparecimento de propagação da cólera, além de malária e surtos de diarreia.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai causou 468 mortos em Moçambique, onde a área submersa é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

O ciclone assolou também Maláui e Zimbaué, pelo que pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos foram afetados.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares (mais de 35 milhões de euros).

Duas semanas depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique.