Segundo o porta-voz do ministério, entre os novos casos confirmados, sete foram registados na cidade santa de Qom, 140 quilómetros a sul de Teerão, e quatro na capital.
Na zona urbana de Teerão, onde vivem cerca de 7 milhões de pessoas, é cada vez mais visível o número de pessoas que andam de máscara e usam luvas, evitando o contacto físico.
Numa passagem por várias farmácias, são muitos os que compram máscaras. O preço de uma caixa de 10, das mais simples sem respirador integrado, varia entre as 10 mil e as 20 mil liras iranianas (entre 2,15 e 4,30 euros).
Os funcionários das farmácias, todos com máscaras, não quiseram confirmar se o preço tinha aumentado nos últimos dias, limitando-se a dizer que se “vendem bem”.
Mas o medo estende-se a vários setores. Nos hotéis, os trabalhadores das receções alertam os estrangeiros e nacionais para terem cuidado e evitarem o contacto físico.
O aumento do número de vítimas mortais e de casos foi feito no mesmo dia em que o Guia Supremo, ayatollah Ali Khamenei, atribuiu à imprensa estrangeira a responsabilidade do medo pelo coronavírus que, alegadamente, contribuiu para a abstenção nas eleições legislativas desta sexta-feira.
A Comissão Eleitoral ainda não divulgou qual foi a taxa de participação, mas a agência semioficial Fars divulgou que o número de votantes em Teerão ficou-se pelos 1,9 milhões embora estivessem recenseados cerca de 9 milhões, o que representa uma abstenção de pelo menos 70%.
Citado pela agência oficial IRNA, Ali Khamenei — que discursava perante outros líderes religiosos -, pediu “vigilância e reação rápida às conspirações inimigas que visam os diferentes pilares do país”.
O primeiro caso de Covid-19 no Irão foi reportado na passada quarta-feira, em Qom, tendo de imediato sido decidido encerrar as escolas corânicas, onde o Corão é estudado por pessoas provenientes, não do resto do país, mas sobretudo do Afeganistão e Paquistão.
Nas suas declarações, Namaki pediu para que se evitem viagens para Qom, um destino maioritariamente escolhido por peregrinos xiitas.
“Obviamente que não recomendamos viagens para Qom e outras cidades de peregrinação”, disse.
Além do fecho de escolas e seminários religiosos em Qom, as autoridades decidiram igualmente fechar algumas escolas em Teerão e noutras cidades, para já por dois dias a contar a partir de hoje.
As autoridades iranianas estabeleceram 36 postos sanitários em vários pontos fronteiros, para controlar a entrada de possíveis viajantes infetados, uma medida que repete o que foi feito pelas autoridades do Iraque e Afeganistão, países que partilham fronteira com o Irão, para tentar limitar o espalhar da infeção de viajantes iranianos.
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