Segundo o porta-voz do ministério, Ashraf Al Qedra, um dos feridos, um homem de 30 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu durante a madrugada.
Além dos 60 mortos, oito deles menores, foram registados 2.771 feridos, metade deles atingidos por balas ou metralha, incluindo também 225 menores.
Os mesmos números foram apresentados hoje pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que destaca que os feridos nos confrontos já “ultrapassaram, de longe”, a capacidade de atendimento dos centros de saúde locais.
Segundo um porta-voz da OMS em Gaza, Mahmoud Dare, os hospitais e unidades de saúde estão sobrelotados e estão a debater-se com falta de medicamentos e equipamentos, situação agravada pelos sucessivos cortes na energia elétrica.
“Os números são comparáveis a uma situação de guerra. São mesmo muito grandes os números de feridos”, frisou Dare.
Segunda-feira foi o dia mais mortífero em Gaza desde a operação militar israelita Margen Protector, de 2014, em que morreram mais de 2.000 palestinianos em 50 dias.
Desde o início, a 30 de março, de um movimento de contestação designado “marcha de retorno”, que reivindica o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948, já morreram 109 palestinianos e mais de 12.000 ficaram feridos, metade deles atingidos por balas reais.
Num comunicado divulgado hoje, a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou a violência registada segunda-feira na Faixa de Gaza, considerando-a “inaceitável e desumana”.
Os palestinianos celebram hoje a “Nakba” (catástrofe), que, no seu entender, representa o nascimento do Estado de Israel — 14 de maio de 1948 –, com um dia de greve geral e de dor devido às mortes de segunda-feira.
Aguardam-se mais protestos e confrontos com as forças israelitas na faixa de Gaza e na Cisjordânia.
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