"Nunca trabalhei para a Rússia", declarou o presidente aos jornalistas na Casa Branca. "Acho que é uma vergonha fazerem-me essa pergunta ", acrescentou.
As declarações, feitas antes de embarcar no helicóptero Marine One em direção a Nova Orleães, têm como contexto a publicação de dois relatos explosivos.
Por um lado, o Washington Post reportou que o presidente não informou aos seus colaboradores mais próximos o conteúdo das suas conversas privadas com Vladimir Putin, presidente da Rússia.
O New York Times, por sua vez, revelou que o FBI abriu uma investigação para determinar Trump se agiu a favor da Rússia ao demitir James Comey, diretor dessa agência de investigação, em 2017.
Ainda segundo o Times, essa investigação da Polícia Federal americana fundiu-se rapidamente com a do procurador especial Robert Mueller sobre as suspeitas de conluio entre Moscovo e a equipa de campanha do então candidato republicano.
"As pessoas que lançaram essa investigação (...) fizeram-no, imagino, porque eu demiti Comey, o que foi uma decisão excelente para o nosso país", disse hoje Trump.
Sobre as informações divulgadas pelo Washington Post, segundo as quais teria tentado ocultar detalhes das suas conversas com Putin, também não saber "absolutamente nada, são muitas notícias falsas", acrescentando que ele teve as reuniões "cara a cara com todos os líderes"."Tenho relações em quase todo o mundo e isso é algo bom, não mau", explicou.
Mas os últimos acontecimentos colocam em evidência que o presidente não consegue fugir da sombra da Rússia.
Citando responsáveis do governo antigos e atuais, o Washington Post afirmou que não há nenhum relatório detalhado dos contactos que Trump teve com Putin em cinco lugares diferentes ao longo dos últimos dois anos.
Após um desses encontros, em 2017, na cidade alemã de Hamburgo, o republicano teria visado as notas do seu intérprete e pedido ao mesmo para que não divulgasse o conteúdo da conversa a outros membros da sua administração.
O Congresso, onde democratas passaram a controlar a Câmara de Representantes, pode debruçar-se sobre esta delicada questão.
"No ano passado, tentámos obter as notas e o depoimento do intérprete, sobre o encontro de Trump com Putin. Os republicanos votaram 'não'. Ficariam hoje do nosso lado?", twittou Adam Schiff, chefe do Comitê de Inteligência da Câmara, fazendo uma alusão à reunião particular de ambos os líderes em Helsínquia.
Entretanto, a Casa Branca mantém a postura de que Trump está a ser perseguido por um FBI politizado, mas os democratas, e até mesmo alguns republicanos, consideram que o governo é curiosamente favorável às políticas russas.
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