"Uma democracia simulada por algum tempo até pode fazer o país otimista, por algum tempo poderá fazer um país que julga ser mais feliz, jamais poderá fazer um país desenvolvido e competitivo como todos nós queremos", disse Nuno Magalhães, na abertura das jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem hoje e na quarta-feira no distrito de Aveiro.
O líder parlamentar do CDS-PP salientou que, com a atual solução governativa, no parlamento "votar é exceção, ou uma mera formalidade, tudo baixa [à especialidade] sem votação".
"Tudo se propõe da parte do PCP e BE mas depois, à sexta-feira [dia de votações parlamentares], ou ‘ai votam votam' ou ‘ai desce desce', é esta democracia de fingimento em que nós vivemos", criticou.
Nuno Magalhães referiu-se ao Governo minoritário do PS, apoiado por posições políticas negociadas com PCP, BE e PEV, como "uma muralha de poder": "É a única coisa que os une, a satisfação de clientelas, não o bem de Portugal".
Salientando que o trabalho da oposição é "propor mas também denunciar o que vai mal", o líder parlamentar do CDS-PP referiu que foi pelos democratas-cristãos que "os portugueses ficaram a saber do brutal aumento de impostos que este Governo fez para agradar às suas clientelas e cumprir metas".
"Foi pelo CDS que perceberam o truque do IMI do sol e das vistas, o embuste da neutralidade fiscal dos combustíveis, foi com o CDS que os portugueses ficaram a saber das borlas fiscais às grandes empresas enquanto aumentam impostos a todos os portugueses", enumerou.
Foi ainda pelo CDS-PP, disse, depois de uma pergunta da líder do partido, Assunção Cristas, que o primeiro-ministro respondeu que o orçamento para este ano tem 30% de cativações à partida.
"O orçamento que votámos afinal é um orçamento de brincadeira, a fingir", criticou.
Nuno Magalhães aproveitou para fazer um balanço da atividade parlamentar do CDS-PP, referindo que na última sessão legislativa e meia os 18 deputados democratas-cristãos apresentaram mais de uma centena de propostas, e cerca de 1400 perguntas à administração central e local.
O líder parlamentar do CDS-PP destacou ainda os pacotes apresentados pelo partido sobre temas como a demografia, envelhecimento ativo ou segurança social, recordou que já estão agendadas para 17 de maio iniciativas de combate ao terrorismo e anunciou que em breve irão ter outras na área do trabalho.
"Não há esse suposto e errado monopólio de esquerda na valorização do fator trabalho. Se há partido na sua história que sempre promoveu o valor do trabalho e do mérito foi a democracia-cristã", defendeu.
As jornadas do CDS-PP prosseguem hoje à tarde precisamente com um painel sobre "A importância do fator trabalho no crescimento económico", que terá como oradores o ex-secretário-geral da UGT João Proença, o reitor da Universidade de Aveiro Manuel António Assunção e o vice-presidente da CIP Rafael Campos Ferreira.
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