“O que se passa nos Açores é um exemplo que os portugueses devem reter. O CDS contribuiu para a mudança política nos Açores e é fonte de estabilidade. O que hoje é claro é que a Iniciativa Liberal e o Chega são partidos politicamente imaturos e muitas vezes instáveis”, afirmou Nuno Melo, em declarações à agência Lusa.
Nuno Melo recordou que o CDS-PP já “fez parte de muitas soluções de Governo em coligação com o PSD, garantindo a governabilidade e a viabilidade dessa solução para o país”, ao contrário de IL e Chega que, “na primeira oportunidade”, decidiram “trazer instabilidade” e “abrir as portas ao regresso do PS” nos Açores.
Segundo Nuno Melo, “se isso sucede nos Açores, sucede no país inteiro porque, como é evidente, os partidos são os mesmos”.
O presidente do CDS apelou assim a que os portugueses pensem no impacto que a solução açoriana teria caso fosse adotada a nível nacional, recordando que, nas próximas eleições legislativas, vai estar em causa “a decisão sobre uma alternativa ao atual Governo deste PS do doutor António Costa”.
“O que nós sabemos é que o CDS, um partido antigo, que já fez parte de muitos governos, é uma solução estável, credível e duradoura, de maiorias com o PSD. Isso não acontece nem com a Iniciativa Liberal, nem com o Chega”, vincou.
Nuno Melo defendeu assim que, “quando chegar a hora de substituir o doutor António Costa”, uma solução baseada no PSD e CDS é “muito mais confiável e estável” do que confiar na “imaturidade e instabilidade do Chega e da Iniciativa Liberal”.
Por isso, segundo o líder centrista, é de uma “enorme importância” que se reforce a votação eleitoral do CDS e se garanta o seu regresso à Assembleia da República.
“É nos grandes momentos que se percebe da importância de um partido político no quadro de uma democracia como é a portuguesa e o CDS esteve sempre, ao longo da história, à altura das suas circunstâncias”, disse.
Questionado se considera que o Governo Regional dos Açores deveria apresentar uma moção de confiança - tal como sugeriu o líder do Chega, André Ventura -, Nuno Melo respondeu que o executivo “deve decidir de acordo com aquilo que são as suas prerrogativas de autonomia”.
“Eu, enquanto presidente do CDS, serei solidário com aquilo que seja decidido e nomeadamente com aquilo que seja decidido pelos dirigentes do CDS Açores. O respeito pela autonomia também passa por isso”, disse.
No entanto, Nuno Melo recordou que, em 2021, André Ventura pediu ao deputado do Chega na Assembleia Legislativa dos Açores, José Pacheco, para retirar o apoio ao atual Governo.
“Portanto, a moção de confiança que sugere é apenas instrumental do seu desejo, que é de que o Governo caia, a região tenha instabilidade e, nisso, sendo instrumental também no regresso do PS ao poder”, disse.
Questionado se considera que o Governo Regional dos Açores tem condições para se manter em funções, Nuno Melo respondeu: “Eu acho possível”.
“Eu acho que é de toda a vantagem, para a região autónoma dos Açores, que o Governo termine o seu mandato porque está a fazer, em cada um dos seus representantes, um excelente trabalho”, disse.
Nuno Melo acrescentou ainda que espera que, no final da legislatura, os açorianos saibam reconhecer esse desempenho.
Os deputados da Iniciativa Liberal e independente (ex-Chega) no parlamento dos Açores romperam hoje os acordos assinados com os partidos do Governo Regional após as eleições de 2020.
A coligação PSD, CDS-PP e PPM tem 26 deputados na assembleia legislativa e conta agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do Chega, somando assim 27 lugares.
Antes, com o apoio do deputado independente e do eleito da Iniciativa Liberal, somava 29 mandatos, o que permitia ao executivo governar com maioria absoluta.
A oposição conta agora com 30 deputados, quando antes tinha 28.
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