Numa mensagem enviada à estrutura nacional do partido, a que a Lusa teve hoje acesso, Nuno Morna, deputado regional único do partido, diz que “a decisão foi tomada de forma ponderada, consciente e serena”, e teve em consideração o que ouviu de várias pessoas da sua total confiança e da família.
"Nos últimos tempos temos passado por uma grande instabilidade política a nível nacional e regional. Não prevendo o que possa acontecer no futuro do país e da região, considero que este é o momento ideal para que haja uma renovação no Núcleo Territorial da Madeira de modo a criar novas estratégias para que a Madeira seja cada vez mais liberal. Com base neste sentir, não serei candidato nem integrarei qualquer lista”, refere.
Nuno Morna refere que, de acordo com o Regulamento Geral de Núcleos da Iniciativa Liberal (IL), o coordenador deve ser substituído pelo vice-coordenador.
“Acontece que o vice-coordenador do GCL, Francisco Costa, deu-nos a saber que não pretende dar continuidade ao seu mandato neste GCL e não seria coerente da minha parte indicar um titular, dado que se pretende uma renovação no Núcleo Territorial”, refere.
Nuno Morna cita um artigo do regulamento para explicar os efeitos destas posições: “A perda de quórum no GCL, sem possibilidade de ser suprida por suplentes, assim como a renúncia do seu coordenador e vice-coordenador inicialmente eleitos, implica a demissão do GCL, que deve ser imediatamente comunicada aos membros do Núcleo.”
Neste contexto, deve ser convocado “um plenário eleitoral para eleição de um novo GCL, mantendo-se entretanto o cessante em gestão corrente sob a coordenação da Comissão Executiva.”
Por isso, sublinha Nuno Morna, o próximo passo será convocar um plenário eleitoral para que se apresentem à coordenação do Núcleo candidaturas e propostas.
“Fica o meu compromisso de continuar a colaborar com o partido e de, até ao final da legislatura, dar continuidade ao nosso lema, ‘fazer a diferença’, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira enquanto deputado único da Iniciativa Liberal”, concluiu.
Nuno Morna foi novamente eleito em maio, nas legislativas regionais da Madeira, eleito para ocupar um dos 47 lugares da Assembleia Legislativa. Obteve 2,56% dos votos.
Na sequência das eleições legislativas antecipadas, sete partidos conseguiram representação no parlamento madeirense: o PSD (19 deputados), o PS (11), o JPP (nove), o Chega (quatro), o CDS-PP (dois), a IL (um) e o PAN (um).
O Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, tomou posse em 06 de junho, mas enfrenta agora a possibilidade de um chumbo do Programa do Governo, que será discutido entre terça e quinta-feira. PS, JPP e Chega (que somam 24 assentos, equivalentes a uma maioria absoluta) já anunciaram o voto contra o documento.
As eleições antecipadas de maio na Madeira ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (então PSD/CDS-PP) foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
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