De acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), a adesão à greve do pessoal não docente "ultrapassou os 90%", com “centenas e centenas de escolas encerradas" no país.

Em declarações à porta da Escola Básica e Secundária do Cerco do Porto, a coordenadora da FNSTFPS, Ana Avoila, traçou um balanço “muito positivo” do protesto, criticando o Governo por manter “os baixos salários” e prosseguir uma política de “destruição de direitos dos trabalhadores”.

No Porto, as informações recolhidas às 08:45 davam conta de dezenas de escolas encerradas.

A adesão à greve dos trabalhadores não docentes das escolas públicas rondou os 90% na região centro, tendo levado ao encerramento de mais de 150 estabelecimentos de ensino, segundo dados dos sindicatos.

Pela primeira vez na história da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica, Lisboa, uma greve de funcionários não docentes encerrou o estabelecimento de ensino.

Pelas 08:40, o diretor do Agrupamento de Escolas de Benfica, Manuel Esperança, dirigiu-se às dezenas de alunos que se juntaram no auditório do Bloco C da escola para os informar de que, pela primeira vez na história do estabelecimento de ensino, poderiam ir embora porque não haveria aulas.

Dezenas de estabelecimentos de ensino, desde jardins-de-infância a escolas secundárias, estiveram hoje encerrados um pouco por todo o Alentejo, devido à “adesão em massa” à greve nacional dos trabalhadores não docentes, indicou o sindicato do setor.

Nos Açores, fecharam quase 50 escolas, segundo dados da CGTP e do Governo Regional, e, na Madeira, encerraram três escolas, no período da manhã, segundo a Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia.

O coordenador da FNSTFPS para a área da educação, Artur Sequeira, adiantou à Lusa que a adesão nacional foi superior à da última paralisação, que foi de 85%.

A greve nacional foi convocada por esta federação em protesto, sobretudo, “contra a falta crónica” de trabalhadores não docentes nas escolas, mas também contra questões como o chamado processo de municipalização da educação e a exigência de uma carreira especial para estes funcionários.

A paralisação do pessoal não docente coincidiu hoje com a quarta edição da greve climática estudantil, que em 157 países, incluindo Portugal, exigem ações do poder político face às alterações do clima.