Quem diz que o Governo chegou ao fim?

Luís Montenegro, líder do PSD, principal partido da oposição em Portugal, sustentando esta sua afirmação com as declarações do presidente do PS, que defendeu este domingo uma remodelação no Governo de António Costa.

“Este Governo, de alguma maneira, acabou. E quem o diz não sou eu. Quem o diz é o presidente do Partido Socialista”, afirmou o presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja, salientando ainda que “este Governo falhou e acabou do ponto de vista do seu espaço de manobra para motivar e mobilizar a sociedade portuguesa”.

No mesmo diapasão de Montenegro surgiu Miguel Albuquerque, líder do PSD da Madeira.

“Neste momento, não é a oposição que está a pôr em causa a estabilidade política para o Governo [PS] poder governar. Quem está a pôr a estabilidade do Governo em causa são os próprios membros do Governo, que estão numa competição e numa autofagia completa, que está a levar à descredibilização também da própria democracia”, afirmou.

Mas o que Carlos César disse?

De acordo com Carlos César, em entrevista ao Píblico, o primeiro-ministro António Costa tem de "convocar outras pessoas para o Governo de forma ponderado”.

E até aconselha que é preciso, nessas mudanças associar “a experiência de uns com o entusiasmo de outros", reafirmando que "é importante que o primeiro-ministro se mantenha com grande atenção para ver, ministério a ministério, sector a sector, se é necessário algum refrescamento."

Para além de uma possível remodelação do governo, Carlos César comentou a questão da possibilidade do Presidente da República desfazer o Governo, afirmando que as vários intervenções do Presidente da República podem criar instabilidade: "se falarmos muitas vezes de dissolução, estamos a discutir a dissolução e isso é um fator de instabilidade".

Quem mais apontou o dedo ao Executivo?

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda. Esta sustenta mesmo que é necessário que António Costa tome medidas.

“Julgo que mesmo no PS há quem veja que há uma situação de absoluta fragilidade no Governo e que, portanto, é preciso agir. É essencial que o primeiro-ministro falar o quanto antes. Temos um Governo muito fragilizado, o ministro João Galamba numa situação muito complicada, mas não é o único nessa situação. Não se compreende que o primeiro-ministro não tenha nada para dizer ao país”, referiu.

*Com Lusa