O jornal The New York Times noticiou esta terça-feira que a investigação realizada por uma equipa liderada por Robert Ballard, que descobriu os restos do Titanic, não encontrou evidência alguma da aeronave de Earhart.

O canal National Geographic, que patrocinou a expedição, emitirá no domingo um documentário sobre a busca.

Segundo o jornal, Ballard e a sua equipa realizaram buscas de duas semanas numa ilha remota no Pacífico Sul, Nikumaroro, em agosto, utilizando o navio de investigação Nautilus, submarinos e drones.

No fundo do mar, foram descobertos dois chapéus, detritos de um antigo naufrágio e até uma lata de refrigerante. Contudo, não se encontrou nenhuma peça do Lockheed Electra de Earhart. Ballard referiu que acredita que eventualmente encontrará algo. "Este avião existe", disse Ballard. "Não é o monstro de Loch Ness e será encontrado", afirmou.

Amelia Earhart foi a primeira mulher a sobrevoar sozinha o Atlântico. Tinha, porém, um objetivo maior: ser a primeira a dar a volta ao mundo de avião. Todavia, o Lockheed Electra que pilotava nessa aventura terá ficado sem combustível e caído no oceano Pacífico a 2 de julho de 1937 — e a viagem nunca foi concluída.

O desaparecimento de Earhart e do navegador Fred Noonan que a acompanhava na viagem continua a ser um dos grandes mistérios do século XX. Há imensas teorias em torno deste evento, que vão desde problemas de comunicações entre o avião e o navio que o apoiava, falta de preparação dos tripulantes, aterragem noutros lugares, missões de espionagem encobertas pelo governo norte-americano, prisão. Mas há também quem acredite que Earhart possa ter vivido secreta e calmamente em Nova Jersey, nos Estados Unidos, ou numa plantação de árvores borracheiras das Filipinas.

Mais recentemente, uma fotografia revelada no documentário “Amelia Earhart: The Lost Evidence” (A prova perdida), do canal História, fez tremer as teorias sobre o fim da viagem de Earhart, cujo óbito só foi declarado em 1939. A foto terá sido tirada num cais em Jaluit, nas Ilhas Marshall. Nesse tempo, preâmbulo da segunda guerra mundial, o arquipélago no oceano Pacífico estava sob ocupação japonesa. Shawn Henry, ex-diretor assistente do FBI, acredita que a fotografia foi tirada por um espião norte-americano que estava a observar as movimentações das forças armadas nipónicas no Pacífico.

Contudo, a crença predominante é que Earhart, de 39 anos, e Noonan, de 44, ficaram sem combustível e pousaram o bimotor Lockheed Electra no Pacífico, perto da remota ilha Howland, quando estavam numa das últimas etapas da viagem.

A viagem que começou a 20 de maio de 1937 em Oakland, na Califórnia e que só é possível seguir até 2 de julho de 1937, depois de o avião ter descolado de Lae, na Papua-Nova Guiné, é uma das descobertas que mais intrigam os investigadores. No entanto, Robert Ballard não desiste: afinal, até para encontrar o Titanic foram precisas quatro expedições, chegando mesmo a estar muito perto sem o ver.