Primeira segunda-feira desde que mudou a hora. Às seis da tarde, altura em que os transportes públicos e as estradas se enchem de pessoas a caminho de casa, depois de mais um dia de trabalho, já é de noite.

Estranha-se esta claridade mais curta num dia em que a pergunta sobre o decorrer do tempo se legitima cá dentro e lá fora.

Cá dentro, José Sócrates começou hoje a ser interrogado, a seu pedido, na fase de instrução, quase cinco anos após ter sido detido.

Lá fora, três anos, quatro meses e cinco dias desde que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia, o Brexit voltou a ser adiado, desta feita para o dia 31 de janeiro de 2020.

Dois casos sem definição à vista que, quando lemos sobre eles, parecem que tiveram início há uma vida e que decorrem como se tivessem começado ontem.

Adiam-se e arrastam-se decisões, numa altura em que se atrasam os ponteiros do relógio e lembro-me de um documentário que vi recentemente sobre Bill Gates, “Inside Bill's Brain: Decoding Bill Gates”, em que a assistente do milionário e filantropo norte-americano conta que este nunca chega atrasado a uma marcação da sua agenda porque o tempo é a única coisa que ele não tem mais do que ninguém.

O Brexit e o caso da Operação Marquês arrastam-se e espelham as fragilidades da democracia e da justiça portuguesa que fazem as pessoas desconfiar dos modelos políticos em que vivemos.

É precisamente sobre desconfiança, ainda não desta, mas aquela que ganha voz e movimento nas ruas do mundo que Francisco Sena Santos escreveu hoje no SAPO24: “Ardem ruas em Barcelona. Também em Santiago do Chile. E em Beirute. E em Hong-Kong. E em tantos outros lugares. Todos estes protestos que marcam este ano 2019 têm um denominador comum: a denúncia das elites dirigentes e a expressão de uma democracia direta com o povo na rua a pôr em causa todas as formas habituais de representação”.

É o tempo contra o tempo que faz a democracia abanar, mas que, permitam-me a ponte, faz o futebol vibrar como nos conta Victor Abussafi sobre estas últimas jornadas do Brasileirão em que o Flamengo “baila” na frente enquanto outras 19 equipas batalham por lugares continentais e para evitar a descida de divisão.

Num dia em que os ponteiros do relógio e as datas do calendário parecem desfocadas e com vida própria, há uma hora que sugiro assinalar para hoje, às 20h a NBA vai estar em debate no SAPO24 numa conversa moderada por João Dinis (SAPO24), com duas caras conhecidas da NBA no SAPO24 – Ricardo Brito Reis (colaborador SAPO24 e comentador de NBA na SPORTTV) e Márcio Martins (copywriter e comentador na Eleven Sports) e que passará a ser acontecimento semanal.

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