“Esta definição vai ajudar os médicos a identificar doentes mais facilmente e a garantir-lhes o tratamento adequado. É ainda crucial para a investigação. A OMS encoraja todas as autoridades nacionais, os decisores políticos e os clínicos a adotarem esta definição”, afirmou hoje o diretor-geral da OMS.
Em conferência de imprensa a partir de Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que os efeitos da covid-19 “continuarão a ser sentidos por muitos anos”, especialmente nas pessoas que foram infetadas e “continuarão a sofrer” de sintomas, uma condição clínica conhecida por “longo covid”.
A publicação da definição de caso clínico surge na sequência de uma consulta global a doentes e especialistas, disse o responsável da OMS, ao avançar que a “longo covid” ocorre normalmente três meses a partir do início da infeção, com sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo.
“Alguns doentes reportaram sintomas de pós-covid-19 por muito mais tempo do que dois meses”, assegurou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De acordo com a OMS, os sintomas mais comuns incluem fadiga, falta de ar, disfunção cognitiva, os quais podem surgir após a recuperação inicial de um episódio agudo de covid-19 ou persistir desde o início da infeção.
Este mês, mais de 20 associações de 17 países formalizaram a Long Covid Europe, uma organização para sensibilizar os governos para a situação das pessoas que permanecem com sintomas debilitantes após recuperarem da infeção por SARS-CoV-2.
Segundo esta rede, os doentes de “longo covid” enfrentam os mesmos problemas “em toda a Europa”, caso da falta de consciencialização desta condição clínica, o “acesso inadequado e desigual” a cuidados de saúde e de reabilitação e uma “grave escassez de financiamento para pesquisas” de tratamentos.
A LCE pretende que os governos nacionais reconheçam a “longo covid” como uma crise de saúde pública no âmbito da pandemia.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.019 pessoas e foram contabilizados 1.073.268 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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