Diz o Expresso esta quarta-feira que existem várias freguesias do país, sobretudo no interior, sem uma única caixa multibanco. Consequentemente, a falta de dinheiro físico prejudica as economias locais e a vida das populações — já que se utilizam menos as formas de pagamento digitais.

Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), o número de caixas multibanco diminuiu durante dez anos, mas no final de 2020 foi registado um aumento: existiam 12.054 equipamentos, mais 409 em relação a 2019.

Todavia, o alerta no relatório divulgado sobre a questão era óbvio: "Com o objetivo de minimizar o impacto da inexistência de redes de acesso físico ao sistema bancário em determinadas geografias, deve ser estruturada uma resposta que permita a manutenção de uma infraestrutura adequada para facilitar a recirculação de notas e moedas".

Mas qual é a solução para resolver o problema? Os autarcas destas regiões afirmam que é "difícil" chegar a acordo com os bancos nacionais para a instalação de multibancos, pelo que a Associação Nacional de Freguesias (Anafre) contactou a empresa norte-americana ATM Euronet para que passem a existir terminais em todas as freguesias que neste momento não os têm.

Os municípios com "maiores desafios no acesso a numerário" são Mértola, Ourique, Miranda do Douro, Mogadouro, Vinhais, Idanha-a-Nova, Alcoutim e Chaves. Assim, diz o jornal Expresso que 77,79% da população portuguesa dispunha de pelo menos um terminal a menos de um quilómetro de distância da freguesia de residência e 97,77% a menos de cinco quilómetros.

De recordar, também, que no último congresso da Anafre, em março, foi aprovada uma moção que pedia esforços para instalar terminais ATM em todas as freguesias do país através da Caixa Geral de Depósitos, devido à sua "função de banco estatal e desempenho de serviço público a milhares de pessoas".

”Esta medida é de extrema importância tanto para a qualidade de vida das populações, bem como para a sua imperiosa segurança”, lê-se na moção, que prevê que sejam apuradas as freguesias que já dispõem de terminais ATM e que os investimentos feitos com a instalação sejam suportados pelo Estado “com retroativos”.