O mais importante evento anual da agenda política chinesa, que deveria ter ocorrido no início de março, foi adiado no final de fevereiro, no auge da crise epidémica na China.
A sessão plenária da Assembleia Nacional Popular deve permitir ao Presidente chinês, Xi Jinping, proclamar a vitória do país sobre a epidemia do novo coronavírus, que começou na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro passado, mas que, entretanto, espalhou-se por todo o mundo.
Após uma lenta reação inicial e de ter silenciado médicos que alertavam para os perigos de uma nova doença contagiosa, o Governo chinês tomou medidas drásticas, incluindo colocar a província de Hubei, da qual Wuhan é capital, sob quarentena, e a paralisia económica do país.
Depois de ter atingido um pico em fevereiro, o número de novas infeções diminuiu consideravelmente. A China registou 22 casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, 21 deles oriundos do exterior, segundo a Comissão de Saúde do país.
Durante a sessão anual, que dura 10 dias, os quase três mil deputados órgão máximo legislativo da China, oriundos de todo o país, e eleitos por cinco anos, a partir das assembleias das diferentes províncias, regiões autónomas, municípios, regiões administrativas especiais e das forças armadas do país, estão encarregues de aprovar projetos de lei, o relatório do Governo ou o orçamento de Estado.
Face à ameaça de casos importados e dos casos assintomáticos, a capital chinesa permanece vigilante, e qualquer pessoa que chegue a Pequim ter que realizar uma quarentena de pelo menos 14 dias.
A Xinhua não detalhou se todos os deputados estariam fisicamente presentes em Pequim ou se alguns poderiam participar na sessão plenária via ‘online’.
Constitucionalmente, a ANP é o “supremo órgão do poder de Estado na China”, mas cerca de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês (PCC).
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