Jerónimo de Sousa, em pleno "comunistão" - Seixal -, concelho liderado desde 1976 por PCP e seus aliados, como "Os Verdes" e outros, e que alberga as Quinta da Atalaia e Quinta do Cabo da Marinha e respetiva Festa do "Avante!" lançou o repto num jantar-comício autárquico.
"Mais força [à CDU] para dar novos passos na resposta à cultura e ao apoio às artes com o objetivo de um por cento do OE. Sim, na cultura é preciso dar novos passos, vencer o desinvestimento e subfinanciamento, a começar pelo apoio às artes de caráter profissional", pediu.
Ou seja, um por cento correspondente a cerca de 800 milhões de euros, tomando como referência os últimos orçamentos aprovados. Atualmente, as verbas destinadas a este setor de atividade rondam apenas 0,2% do montante global.
"Proporemos no OE2018, e desafiamos os outros partidos a aprová-lo, um patamar mínimo de 25 milhões de euros destinados às linhas de apoio já existentes", continuou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa recordou que "foi por iniciativa do PCP que se aprovou no OE2017 um reforço, ainda que insuficiente, no apoio às artes e no apoio à criação artística".
"Batemo-nos e conseguimos recuperar o direito da entrada gratuita nos museus aos domingos e feriados. Batemo-nos e conseguimos inscrever a criação de um programa de apoio à criação literária, mas há muito caminho a fazer para dar à cultura o lugar que ela deve assumir no Portugal democrático", defendeu.
O líder comunista anunciou ainda "um conjunto de propostas de reformulação do Modelo de Apoio às Artes" para inverter o sistemático subfinanciamento e valorizar os criadores.
"Os trabalhadores profissionais de espetáculos podem continuar a contar com a nossa intervenção em defesa dos seus direitos. Uma intervenção que teve de novo expressão com a iniciativa que ontem [sexta-feira] apresentámos na Assembleia da República para consagrar o contrato de trabalho como regime regra de contratação e a criação de um quadro legal específico para o setor das artes do espetáculo", revelou.
O Seixal é uma das 11 autarquias que sempre foram lideradas por coletivos comunistas, desde há 40 anos, tal como Almada, Arraiolos, Avis, Castro Verde, Moita, Montemor-o-Novo, Mora, Palmela, Santiago do Cacém e Serpa.
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