"Estamos a trabalhar com os nossos parceiros à esquerda (...) no sentido de prosseguirmos esta legislatura. Esse trabalho está a correr bem e confiamos que o Orçamento do Estado para o próximo ano será aprovado", afirmou Carlos César, falando aos jornalistas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

O socialista falava no dia em que o secretário-geral do partido, o primeiro-ministro António Costa, admitiu que sem Orçamento para 2019 a queda do Governo "é inevitável", um cenário que recusa, afirmando, em entrevista ao DN, que não tem vontade de pedir maioria absoluta nas legislativas.

Para Carlos César, é natural que, num "período pré-eleitoral", os partidos que firmaram os acordos parlamentares "procurem fazer notar as suas diferenças", mas o "sucesso da legislatura", prossegue e é evidente em campos como "a descida do desemprego, o aumento de exportações, o crescimento em geral da economia" ou a "recuperação da banca".

"Esse sucesso é não só o sucesso do PS, que lidera e integra o Governo, mas também dos que permitiram que essas políticas tivessem concretização, naturalmente os nossos aliados à esquerda", prosseguiu.

Carlos César falou aos jornalistas depois de ter votado nas diretas para a liderança do PS na sede regional do partido de São Miguel, em Ponta Delgada.

As eleições para o cargo de secretário-geral do PS terminam hoje, seguindo-se, de 25 a 27 deste mês, na Batalha (Leiria), o 22.º Congresso Nacional do partido.

À frente do Governo desde 2015, com o apoio parlamentar da esquerda (PCP, BE e PEV), António Costa disse na entrevista ao DN olhar com otimismo para um acordo para o OE para 2019, esperando não estar a ser um "otimista irritante”, como lhe chamou o Presidente da República.

"Não tenho nenhuma razão para pensar que em 2019 não vamos ter o Orçamento aprovado quando temos o de 2018, 2017, 2016", afirmou Costa, repetindo esta ideia pelo menos mais uma vez ao longo da entrevista ao DN, dias depois de, em entrevista ao Público e à RR, Marcelo Rebelo de Sousa ter admitido o cenário de eleições antecipadas se a maioria que apoia o Governo não se entendesse no próximo Orçamento.