Numa posição enviada por escrito à agência Lusa, os liberais, representados no parlamento pelo deputado João Cotrim Figueiredo, anteciparam o seu voto contra na generalidade do Orçamento Suplementar, que é hoje debatido e votado na Assembleia da República.

“Este Orçamento Suplementar não engana: está apenas preocupado em gerir a emergência e não tenta sequer começar a desenhar uma estratégia de futuro, mantendo, ao invés, uma visão profundamente estatista da sociedade, a mesma que mantém Portugal estagnado há 20 anos”, condena.

Para a Iniciativa Liberal, esta proposta orçamental do Governo mostra que “a entrada de Leão” do novo ministro de Estado e das Finanças “é feita com uma proposta complicada, incoerente e opaca num documento fraquíssimo”.

“Uma proposta de um PS que evita o escrutínio e foge da transparência com a sua permanente capacidade de criar densas teias burocráticas que dificultam a vida das pessoas e das empresas”, critica.

Na perspetiva do partido também liderado por João Cotrim Figueiredo, “o Governo mostra que é incapaz de ver que é nas alturas de rutura que é necessária a coragem de adotar as mudanças que possam colocar Portugal na rota do crescimento”, estando “uma vez mais, de mão estendida à espera dos milhões da Europa antes de ousar decidir o que pretende fazer”.

“Mesmo as medidas que seriam positivas porque tentam incentivar o investimento (reportes fiscais e CFEI II) acabam submergidas numa complexidade tal que nos atrevemos a dizer que não haverá empresa que consiga, lendo o Orçamento Suplementar, saber exatamente se é elegível ou não para aqueles apoios”, afirma.

Os liberais apontam aos socialistas, que acusam de voltar “a mostrar a sua total incapacidade para descomplicar o país”.