“Infelizmente, não se vislumbra na presente proposta qualquer rumo ou qualquer estratégia para o nosso futuro coletivo. Apenas se reconhecem um conjunto de medidas avulsas, sem estratégia definida, mas com tática bem evidente: a de procurar consolidar na mente dos portugueses a ideia peregrina de que o PS no Governo consegue dar tudo o que outros nunca conseguiriam. Na prática, que é possível ter sol na eira e chuva no nabal”, afirmou Rui Rio.

Na intervenção de encerramento no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020, o também líder parlamentar do PSD lembrou que, há dois meses no debate do programa do Governo, assegurou que o PSD iria ser “uma oposição construtiva - mas dura, incisiva e implacável para com as falhas da governação”.

“É essa a ideia que norteia a nossa posição relativamente ao documento que hoje aqui iremos votar na generalidade. Uma posição que não é ditada por birra nem por simples vontade de destruir, mas, sim, com base em argumentos e em nome do programa que apresentamos aos portugueses”, afirmou.

Mesmo o único ponto que Rio destaca como positivo na proposta orçamental, o excedente orçamental, não se deve, para o líder do PSD, aos méritos do Governo, mas “ao permanente aumento da carga fiscal e à política monetária do Banco Central Europeu”, questionando como será quando as taxas de juro retomarem os seus valores normais e os dividendos do Banco de Portugal diminuírem.

“Quando assim for - porque assim um dia terá de ser - se algo de sustentado entretanto não se fizer, todos perceberão que Portugal andou a viver de ilusões e que, tal como a cigarra na sua história com a formiga, não se preparou devidamente no Verão para estar apto a enfrentar o Inverno”, alertou.