“Para quando o plano de reestruturação da TAP, sendo que já o devíamos ter tido antes de o Governo enterrar dinheiro dos contribuintes?”, questionou Rio, no arranque do debate parlamentar da proposta de Orçamento do Estado para 2021.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, respondeu que este plano deverá ser conhecido em meados de dezembro e considerou que a questão fundamental “é política”.
“É saber se queremos a TAP ou se queremos deixar falir a TAP. Do nosso lado, não temos dúvidas, a TAP não pode falir (…) Mas um dia gostaria de ouvir a opinião do senhor deputado, quer deixar falir a TAP ou não quer deixar falir a TAP?”, perguntou.
Num modelo de debate sem réplica, Rio já não teve ocasião de responder a Costa.
Na sua intervenção, o presidente do PSD considerou que, em 31 de dezembro no ano passado, a TAP “era uma empresa falida”, com 776 milhões de euros de capital próprio e 1,2 mil milhões de euros de passivo.
“O Governo aprovou mais 1,2 mil milhões de euros de empréstimo, ou seja, duplicou o passivo que a TAP tinha, e neste orçamento estão mais 500 milhões de euros avalizados pelo Governo”, enumerou, calculando que, no final deste ano, os capitais próprios da empresa devem rondar os 2 mil milhões de euros negativos.
Rui Rio aludiu ainda à próxima assembleia geral da empresa, em que estará em discussão a alteração dos estatutos da TAP e, na qual disse, a Parpública se predispõe a avalizar mais 156 milhões de euros de passivo bancário, que se previa inicialmente serem divididos entre público e privados.
“O Governo está de acordo com isto? No próximo dia 10 de novembro ainda são mais 156 milhões de euros às costas dos contribuintes?”, questionou.
Na resposta, António Costa apenas referiu que o Governo prevê para a TAP no próximo Orçamento “o que está coberto pelas autoridades da Comissão Europeia e em linha com o que se antecipa serem as necessidades de reforço do empréstimo”, afirmou.
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