No fim da sua interpelação ao primeiro-ministro, no primeiro dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024 na Assembleia da República, Eurico Brilhante Dias lembrou que Passos Coelho, quando já não era primeiro-ministro, se manifestou ”disponível para votar no PS, no PCP ou no Bloco de Esquerda, se a estratégia resultasse”.

“Eu tenho impressão que o PS está na iminência de conquistar um novo eleitor, eu acho mesmo que vamos ter um novo eleitor, porque se o deputado então Passos Coelho cumprir a sua palavra, a esquerda portuguesa tem um novo eleitor”, acrescentou, referindo que o ex-primeiro-ministro foi na altura “muito aplaudido” pelo agora presidente do PSD, Luís Montenegro.

Ao longo da sua intervenção, o líder parlamentar do PS dirigiu-se sobretudo ao PSD, que associou a uma governação “que cortava pensões, cortava salários e fazia um enorme aumento de impostos”, e sustentou que, ao falarem “em cortes”, os sociais-democratas começam “a perder este debate, porque os portugueses têm memória”.

Em contraponto, afirmou que o atual Governo apresenta um Orçamento do Estado “que aumenta salários, aumenta pensões, aumenta o salário mínimo nacional, que diminui os impostos”, com um “triplo equilíbrio”, orçamental, nas contas externas e com “pleno emprego”.

A proposta de Orçamento do Estado, que tem aprovação garantida pela maioria parlamentar do PS, vai ser votada na terça-feira, após o encerramento do debate na generalidade.

A votação final global está marcada para 29 de novembro.

No cenário macroeconómico em que assenta a proposta de Orçamento, o Governo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,2% em 2023 e 1,5% em 2024 e que a taxa de inflação diminua para 5,3% neste ano e 3,3% em 2024.

O Governo chefiado por António Costa pretende alcançar excedentes orçamentais de 0,8% do PIB em 2023 e de 0,2% em 2024 e reduzir o rácio da dívida pública para 103% do PIB neste ano e para 98,9% em 2024.

Acompanhe aqui o debate do Orçamento do Estado para 2024 na Assembleia da República: