Luís Montenegro referiu-se à proposta feita pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, como "radical e inflexível”, considerando que “quer substituir o programa do Governo pelo programa do PS”.
Contudo, avançou, o Governo vai “tentar aproveitar parte daquilo que é proposto, com a legitimidade democrática que o Partido Socialista também tem" e, na próxima semana, entregará “uma contra-proposta, como tentativa de aproximar posições”.
"Não abdicamos da política económica. Se entendermos que precisamos de ter mais investimento e sermos mais competitivos, devemos desagravar o esforço fiscal, não temos como não concretizar, se essa é a pedra angular da nossa política económica", afirmou Luís Montenegro, na sessão de enceramento da VII Cimeira do Turismo Português.
"Todos temos de ceder e colocar o interesse nacional à frente de qualquer outro interesse, incluindo à frente de algumas das nossas ideias, mas em democracia quem governa é o Governo e há uma contradição quando quem quer governar é a oposição", indicou o primeiro-ministro.
Na sua intervenção, Montenegro referiu-se em concreto ao encontro que teve, horas antes, com Pedro Nuno Santos, e prometeu ser contido em relação ao conteúdo da reunião e não dizer “nada que prejudique” a “total disponibilidade e empenho” do Governo para ter um Orçamento do Estado.
A primeira reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025 realizou-se hoje na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, e durou cerca de hora e meia, terminando com um aperto de mão público entre os dois.
Esta é a primeira reunião entre os líderes dos dois maiores partidos sobre o Orçamento do Estado para 2025, depois de duas rondas negociais entre Governo e partidos da oposição em que Montenegro não esteve presente (na primeira, por motivos de saúde, na segunda por opção do executivo), o que levou o secretário-geral dos socialistas a também não integrar a delegação do PS.
Recorde que esta tarde, em conferência de imprensa, Pedro Nuno Santos garantiu que foi “muito claro” na rentrée do PS e que “a introdução de alterações ao regime do IRS e IRC” do Governo “não são aceites pelo PS. “Não viabilizará nenhum OE com estas alterações. Nem as medidas que deram entrada na Assembleia da República, nem nenhuma modelação”.
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