“A nossa posição é muito clara, queremos que a inviolabilidade das fronteiras seja respeitada por todos, todos entendem que haveria consequências se não fosse assim”, declarou Olaf Scholz, na sua primeira entrevista após a eleição para chanceler federal, ao canal de televisão Welt TV.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), Scholz foi questionado sobre se estaria pronto para usar o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar báltico e que ainda aguarda a autorização final das autoridades alemãs para a sua entrada em atividade, como meio de pressão sobre Moscovo, em caso de invasão da Ucrânia pelas forças russas.
“No futuro imediato, devemos garantir que a situação permaneça o que é, ou seja, que elas [as fronteiras] permaneçam invioladas”, acrescentou o chefe do governo social-democrata.
Também a França e os Estados Unidos alertaram a Rússia sobre as “consequências estratégicas e massivas” que uma agressão contra a Ucrânia teria.
Os países ocidentais e a Ucrânia acusam Moscovo de ter reunido dezenas de milhares de soldados e tanques nas fronteiras da Ucrânia em antecipação a uma invasão iminente, o que a Rússia nega.
Vários especialistas e agentes políticos ocidentais têm defendido que a Rússia agravou propositadamente a escassez de energia na UE, como forma de pressionar a Alemanha a aprovar o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 (que os Estados Unidos tentam travar), que liga os dois países através do Mar Báltico, deixando de ser necessário que o transporte se faça através da Ucrânia, até agora a porta de entrada do gás russo na Europa.
Alguns receiam que a Ucrânia fique novamente ‘na mira’ do Presidente russo, Vladimir Putin, quando deixar de ser essencial como país de trânsito para o gás natural, depois de em 2014 a Rússia ter anexado ilegalmente a região ucraniana da Crimeia.
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